Existem diversos fatores que contribuem para a sensação de que os terremotos estejam aumentando, mas a rápida expansão nas telecomunicações e o aumento nas estações registradoras são apontados como o principal responsável por essa impressão.
Em 1931, a rede sismográfica mundial contava com apenas 350 estações registradoras e atualmente esse número ultrapassa 4 mil. Nos EUA esse número é de 8 mil. O incremento de estações e a capacidade de disseminar os dados registrados mais rapidamente através de satélites, telex e internet permitiu aos centros sismológicos localizar pequenos abalos praticamente indetectáveis anos atrás, tornando sua divulgação praticamente imediata, colaborando para a sensação de aumento de sismos.
É o mesmo que comparar a observação astronômica com dados de antes e depois do telescópio Hubble. As galáxias, novas estrelas e novos planetas sempre estiveram lá, mas a tecnologia permitiu que os pesquisadores pudessem olhar mais longe e ver mais. Não foram os terremotos que aumentaram, mas a capacidade detecção é que foi aprimorada.
Anualmente, a rede sismográfica global, NEIC, registra entre 12 mil e 14 mil terremotos por ano, ou aproximadamente 50 sismos por dia. Com base nesses dados, as estatísticas mostram que os terremotos continuam a ocorrer dentro da média histórica. Para eventos de grande porte, as únicas exceções foram os anos de 1970 e 1971, quando foram registrados 20 e 19 terremotos entre 7.0 e 7.9 respectivamente. Nos outros anos, o total esteve em muitos casos abaixo da média de 18 terremotos por ano. Em 2009 ocorreram 16 abalos nessa faixa de magnitude.