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Onda transoceânica pode ter partido iceberg B15-A na Antártida

Terça-feira, 3 out 2006 - 07h23
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Um ano após o despedaçamento do gigantesco bloco de gelo B15-A, na Antártida, cientistas da Universidade de Chicago, nos EUA, concluíram que a causa da ruptura pode ter ocorrido muito longe do continente gelado.

De acordo com a equipe, liderada pelos pesquisadores Douglas MacAyeal e Emile Okal, a causa do rompimento do bloco de gelo pode ter sido motivada por uma violenta tempestade ocorrida no Golfo do Alasca, a mais de 13 mil quiômetros de distância. Segundo o estudo, a tempestade gerou uma violenta onda, que se propagou por seis seis dias até atingir o iceberg e despedaçá-lo.

A equipe de cientistas apresentou esta evidência, ligando os dois eventos distantes, na edição de outubro da revista especializada Geophysical Research Letters.


Onda transoceânica


Desde a década de 60, os oceanógrafos sabem que as ondas de tipo sweel podem se propagar até o outro lado do planeta. O estudo atual levanta a possibilidade de que as tempestades recentes, disparadas por mudanças climáticas, também podem afetar pontos afastados do globo.

Segundo MacAyeal, o que se debate hoje é se o aquecimento global pode ou não disparar tempestades oceânicas que tenham influência sobre o gelo antártico, em níveis muito elevados.


Oscilações harmônicas


As imagens de satélites, feitas pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Européia,ESA , mostram que entre os dias 27 e 28 de outubro de 2005, o gigantesco bloco de gelo B15A, de 90 km de comprimento e 25 de largura, se partiu em nove pedaço. Naquela ocasião, diversos sismógrafos, deixados ali por MacAyeal e sua equipe, monitoravam o bloco de gelo.

Doze horas antes do rompimento, e durante 3 dias, os instrumentos mostravam que o iceberg se movimentava e oscilava 1.5 cm para cima e para baixo e 12 cm de lado a lado. A despeito desse movimento, as condições meteorológicas eram calmas. A equipe de cientistas desconfiou que um swell seria a causa.

Usando os dados registrados, a equipe de MacAyeal realizou uma série de cálculos de movimento harmônico e concluíram que a origem da onda era algum ponto distante 13500 km dali, onde seis dias antes ocorreu a primeira grande tempestade de inverno no Alasca.

Foto: Em outubro de 2005, o iceberg B15-A chocou-se com a ponta da geleira de Drygalski, na Antártida, provocando uma das maiores colisões continentais já registradas.

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