Essa passividade solar, sem muita atividade, não se reflete apenas no aspecto visual morno da nossa estrela. De acordo com os cientistas espaciais, essa inatividade já pode estar associada a uma superfície mais escura, com buracos coronais maiores e mais estáveis e com a intensidade média do vento solar reduzida.
Embora a variação de luminosidade seja parte natural do ciclo solar, a diminuição da irradiação e nível de atividade observada por satélites pode, segundo alguns estudos, afetar a química da atmosfera superior e alterar os padrões climáticos globais.
Assim, uma das consequências diretas da redução do fluxo solar é o resfriamento da termosfera (a atmosfera externa da Terra), produzindo redução do arrasto nos satélites que circundam a Terra em orbita baixa. A Estação espacial Internacional, por exemplo, vem necessitando de maior número de manobras de reposicionamento do que era necessário há uma década.
De acordo com os pesquisadores, a baixa atividade da estrela já reduziu o brilho da fotosfera em 0,1% e apesar de parecer um número pequeno, medido apenas por instrumentos de alta precisão, esse valor é muito expressivo. Normalmente, a Terra recebe 1361 Watts por metro quadrado de energia proveniente da estrela. Considerando que a Terra tem 560 milhões de quilômetros quadrados, a perda de energia diária representa mais que a soma de todas as fontes energéticas terrestres juntas, incluindo as gerações naturais e artificiais.
Esse período no comportamento do Sol ficou conhecido como Mínimo de Maunder e até hoje os cientistas não sabem ao certo como ele foi disparado e nem se de fato realmente influenciou o clima na Terra.
Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período normal de 11 anos.