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Padrões no Oceano Índico poderão ajudar nas previsões do El Niño

Quarta-feira, 24 fev 2010 - 11h05
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Pesquisadores do Japão e da França estão estudando os padrões climáticos do Oceano Índico para melhorar a previsão do fenômeno El Niño e por consequência os sistemas de alerta. O estudo foi publicado no jornal Nature Geoscience.

Os novos modelos de previsão do tempo poderão antecipar o El Niño em 14 meses ajudando a reduzir perdas de bilhões de dólares e salvar vidas, decorrente das grandes alterações climáticas provocadas pelo fenômeno, como chuvas intensas e secas.
" Isso pode salvar muito dinheiro na agricultura", afirmou o pesquisador-chefe, Takeshi Izumo, do Instituto de Pesquisa para o Clima Global em Yokohama, no Japão.

O El Niño é um dos principais fenômenos que influencia o sistema climático da Terra e é caracterizado pelo aquecimento anormal da superfície das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Todos os anos na época de Natal águas quentes são observadas na costa norte do Peru. Os pescadores da região chamaram então esse fenômeno de “Corriente de El Niño”, palavra derivada do espanhol que referência ao Niño Jesus, ou Menino Jesus.

O maior aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial em razão das mudanças no padrão de circulação do ar e da umidade na atmosfera alteram o clima no mundo inteiro. Países em desenvolvimento muito dependentes da agricultura e da pesca são os mais afetados.

O El Niño traz alterações na vida marinha na costa oeste dos EUA, do Canadá e no litoral do Peru, provoca chuvas intensas na parte sul da América do Sul, secas no Nordeste brasileiro, centro da África, sudeste Asiático e América Central, além de tempestades tropicais no centro do Pacífico.

No novo estudo, os pesquisadores descobriram que o dipolo no Oceano Índico (IOD), o equivalente ao El Niño nas águas ao sul da Ásia, tem um papel importante na causa do fenômeno no Oceano Pacífico. Incluindo o índice do IOD foi possível obter uma previsão muito boa para o El Niño no ano seguinte, segundo os estudiosos.

O El Niño dura de 12 a 18 meses em média e em épocas de ação do fenômeno a temperatura da superfície do mar chegar a ficar até 4,5 graus acima da média.


Arte: Gráfico construído com dados do satélite Jason-2 da Nasa mostram uma grande área do oceano Pacífico mais quente do que o normal, indicando um novo fortalecimento do fenômeno El Niño com início em junho de 2009. Crédito: NASA/Jet Propulsion Laboratory Ocean Surface Topography Team.

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