"Pretende-se assim avançar para muito além daqueles temas correntemente mapeados. Vamos mapear Floresta, Floresta Alterada, Cerrado, Rebrota, Área Queimada, Desmatamento Total, Hidrografia, Nuvem, Cidade, Estrada, Porto e Outros. Esta legenda mais completa foi solicitação dos parceiros internacionais que estão financiando o Projeto (OTCA e ITTO) em acordo com a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores", explica Paulo Roberto Martini, pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE.
O Panamazônia II, segundo Martini, segue o modelo de cooperação regional fomentado pela SELPER - Sociedade Latino Americana de Especialistas em Sensoriamento Remoto. Cada país está definindo suas equipes, que serão orientadas pelo INPE na geração de seus bancos e na interpretação de suas imagens. Segundo o cronograma, em 12 meses as equipes estarão formadas e os bancos montados de forma a fornecer figuras sul-americanas integradas sobre o desflorestamento amazônico.
O INPE, através de sua estação em Cuiabá, Mato Grosso, grava imagens diárias do sensor MODIS, que são gratuitas e cobrem toda a área compreendida pela floresta tropical úmida da América do Sul. Estas imagens são georreferenciadas utilizando uma resolução espacial de 250 metros no terreno. Os outros produtos são gerados a partir do mosaico colorido de imagens Landsat, o GEOCOVER, disponibilizado também sem custo pela NASA, a agência espacial americana. As imagens deste mosaico são ortorretificadas e georreferenciadas, com resolução original de 14,25 metros, tendo sido obtidas entre o período de 1999 e 2000.
Para o Projeto Panamazônia II, o pixel do mosaico GEOCOVER foi reamostrado para 100 metros.A geração dos produtos de imagem está sendo feita pelo pesquisador Egídio Arai, da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE.
A metodologia consiste em um primeiro momento obter um mapa contendo a distribuição espacial de toda floresta tropical úmida da América do Sul, além da rede de drenagem dos países que fazem parte da Panamazônia. Para a obtenção desses dois mapas iniciais, foram utilizados os mosaicos GEOCOVER, pelo fato deles estarem ortorretificados, apresentando alta qualidade na geometria dos temas mapeados.
"O processamento destes mosaicos consiste na geração das imagens frações derivadas do modelo linear de mistura espectral, com o objetivo de realçar feições de interesse e ao mesmo tempo reduzir a dimensionalidade dos dados a serem processados", explica Valdete Duarte."A seguirprocede-se o fatiamento das imagens frações, seguida da tarefa de edição matricial, feita na tela do computador pelo fotointérprete que corrige o mapa obtido automaticamente pelo computador", completa o pesquisador do INPE.
Após a elaboração deste mapa inicial, contendo a distribuição da mata natural referente ao intervalo 1999-2000, serão utilizadas as imagens MODIS do ano de 2005 para avaliar em cada país a perda da floresta tropical úmida ocorrida durante o período.
A continuidade do monitoramento global anual de toda a floresta tropical úmida da América do Sul, ou seja, a sistematização do Projeto PANAMAZÔNIA II, terá como mapa base o produto final obtido com as imagens de 2005. A partir daí novas imagens MODIS serão inseridas na base de dados para executar o monitoramento, anual inicialmente, do desmatamento em toda região.