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Radiotelescópios deverão detectar transmissões de TV extraterrestres

Quinta-feira, 26 out 2006 - 09h04
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Cientistas da conceituada universidade de Harvard, nos EUA, acreditam que a nova geração de radiotelescópios também poderá ser usada para captar possíveis sinais de rádio e TV emitidos por outras civilizações extraterrestres, caso existam.

De acordo com o pesquisador Abraham Loeb, em entrevista à revista New Scientist, esses radiotelescópios foram projetados para captar as ondas emitidas pelas moléculas do hidrogênio neutro, emitidas no início da formação do universo.

Inicialmente essa freqüência era de 1428 mHz, com comprimento de onda de 21 cm. No entanto, devido à expansão do universo, esse comprimento de onda se alargou devido ao efeito Doppler e atualmente situa-se na faixa entre 50 e 400 mHz.

Essa é a freqüência usada hoje em dia pelas emissoras comerciais de TV. "Uma feliz coincidência", disse Loeb.

O trabalho de Loeb e de seu colega Dr. Matias Zaldarriaga, também de Harvard, se baseia no fato de que se alguma civilização distante algum dia gerou sinais semelhantes, estes poderão ser captados em radiotelescópios como o LOFAR (Arranjo de Baixa Freqüência), ainda em construção na Holanda.

Radiotelescópios como o LOFAR, quando prontos, terão a capacidade de discriminar picos neste comprimento de onda, permitindo também medir o desvio sofrido pela freqüência à medida que o planeta extraterrestres gira em torno de sua estrela principal.

Essas medições permitirão deduzir o formato da órbita, a inclinação do eixo planetário e a distância entre o planeta e a estrela. "Isso, por sua vez, permitirá calcular a temperatura na superfície, e se é possível haver água", diz Loeb.

Os dois cientistas afirmam que essa técnica deverá ser capaz de detectar possíveis emissões de rádio feitas por civilizações dentro de um raio de até 1000 anos-luz da Terra. Naturalmente, é necessário haver alguma civilização parecida com a nossa dentro desse espaço, e que tenha usado tecnologia semelhante para suas comunicações. Uma probabilidade "difícil de quantificar", reconhece Loeb.

Seth Shostak, do SETI, um instituto que realiza programas de busca por inteligências extraterrestres, reconhece a importância do trabalho de Loeb e Matias, mas aponta dificuldades imediatas no projeto, já que ao examinar as mesmas faixas de freqüência usadas pela humanidade, será muito difícil distinguir os sinais exteriores das transmissões de rádio e TV.

Fotos: Antenas do projeto Lofar: ao alto, antena instalada na Austrália. No centro, outro arranjo instalado na Holanda. Acima vemos o Dr. Abraham Loeb, na cúpula do departamento de astrofísica de Harvard.

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