As informações foram divulgadas na terça-feira, dia 31, pelo diretor da Roscosmos, Vladimir Popovikin, que também descartou as versões divulgadas extraoficialmente por analistas russos, que sustentavam que a nave havia sido atingida por pulsos de radar.
As declarações de Popovkin jogam por terra as versões que circularam nos meios de comunicação e que levantaram a suspeita de que a falha havia sido causada por emissões de radares de vigilância norte-americanos localizados nas Ilhas Marshall, no oceano Pacífico.
Segundo um militar russo, a sonda teria sido atingida por poderosos pulsos eletromagnéticos emitidos por esses radares alguns minutos depois de ser lançada. No entanto, cálculos orbitais feitos pelo Apolo11-Satview descartavam essa possibilidade, já que naquele dia sonda não estava ao alcance dos radares mencionados.
Popovkin não disse como os investigadores chegaram a essa conclusão, mas provavelmente se basearam nos blocos de dados de telemetria que foram recebidos pela Agência Espacial Europeia, ESA, durante as tentativas de contato. A autoridade também não explicou os motivos que impediram o contato permanente com a sonda, já que a ESA havia conseguido acionar o transmissor de bordo da nave.
Alexander Zakharov, especialista no Instituto de Pesquisa Espacial da Rússia e um dos responsáveis pela construção da Phobos-Grunt, também descartou a hipótese de que pulsos de radar tenham danificado a sonda. Segundo o cientista, é muito pouco provável que os EUA tenham radares tão poderosos, capazes de interferir e danificar um satélite a mais de 200 km de altitude. "Você pode ter um monte de suposições exóticas, mas primeiro é preciso olhar o próprio equipamento e verificar suas falhas", disse Zakharov.
De acordo com fonte do ministério da defesa russo, a sonda Phobos-Grunt reentrou na atmosfera terrestre exatamente às 15h45 BRT (17h45 UTC) do dia 15 de janeiro de 2012, sobre as coordenadas 96.4 W e 48.9S, aproximadamente a 1250 quilômetros a oeste da ilha de Wellington, ao largo da costa do Chile.
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