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Recorde: mancha solar gigante é a maior dos últimos 25 anos

Sexta-feira, 24 out 2014 - 11h16
Por Rogério Leite
Se você olhar para o Sol neste momento - com óculos de proteção - irá testemunhar algo simplesmente fantástico: a mancha solar AR2192, a maior região ativa a cobrir o Sol nos últimos tempos. Tão grande, que caberiam 15 Terras enfileiradas dentro dela!

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A mancha surgiu no limbo leste da estrela a cerca de uma semana e desde então seu tamanho não para de crescer. Na manhã desta sexta-feira, 24 de outubro, sua área calculada chegou ao incrível número de 2740 milionésimos do disco solar, uma área equivalente a 8,32 bilhões de quilômetros quadrados ou 17 vezes a superfície da Terra.

A última vez que uma mancha gigantesca assim cobriu a superfície do Sol foi 17 de março de 1989, quando a área de plasma batizada AR5395, de

3600

milionésimos, cerca de 11 bilhões de quilômetros quadrados, tingiu de negro a superfície da estrela.

Até agora, o recorde absoluto registrado ocorreu em 3 de abril de 1947, quando uma mancha monstruosa de

6132

milionésimos - 19 bilhões de quilômetros quadrados, obscureceu 1/7 da face visível do Sol.

As manchas solares são bastante comuns de serem observadas, mas seu tamanho médio não ultrapassa 300 milionésimos. Quando atingem entre 500 e 600 milionésimos, já se tornam visíveis a olho nu através de óculos de proteção.

As manchas são regiões localizadas na fotosfera solar e são formadas por zonas irregulares de plasma contido por fortes linhas de campo magnético. Essa contenção magnética faz com que o plasma (o hidrogênio incandescente) apresente temperatura menor que o gás do restante da fotosfera e consequentemente, menos brilhante.

Enquanto na fotosfera a temperatura chegue a atingir 5 mil graus, as manchas solares apresentam temperaturas até 2 mil graus mais baixa e apesar de aparentarem cor negra, ainda assim são mais brilhantes que a Lua cheia.



Consequências


Apesar de serem comuns, as manchas de maior tamanho normalmente apresentam características magnéticas bastante complexas, capazes de produzir explosões solares de forte intensidade. É o caso da mancha AR2192.

Desde que surgiu, a atual mancha já produziu diversos flares (clarões eletromagnéticos) de elevada intensidade na classe M e dois flares na classe X.

Até que a rotação do Sol leve a mancha para o outro lado da fotosfera, o que deve levar alguns dias, novas explosões poderão ocorrer, aumentando a possibilidades de ejeções de massa coronal dirigidas à Terra.


NUNCA OLHE DIRETAMENTE PARA O SOL


Se você quiser ver uma gigantesca mancha solar, não perca essa oportunidade. No entanto, NUNCA OLHE DIRETAMENTE PARA O SOL.

Para observar a estrela utilize vidro de máscara de soldador número 14, vendido nas casas de ferragens. Mas atenção: Não serve os de número 12 ou 10. Esses óculos não têm a filtragem adequada e você corre o sério risco de perder a visão. Chapas de raios-x, vidros esfumaçados, CDs ou DVDs, não devem ser usados de forma alguma.


Artes: No topo, foto feita pelo observatório Apolo11 na manhã de sexta-feira, 24 de outubro de 2014. Na cena é possível comparar o tamanho da mancha AR2192 com o tamanho da Terra. Acima, vídeo feito com cenas registradas no dia anterior. Créditos: Apolo11.com.

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