A iluminação urbana e a poluição do ar são tão grandes que impedem a simples observação do céu sem recursos de binóculos ou telescópios. As partículas que ficam suspensas na atmosfera refletem e difundem a luz das lâmpadas ofuscando o brilho das estrelas.
Esse foi um dos temas debatido por astrônomos durante a Assembleia Geral da União Astronômica Internacional, a IAU, realizada na última semana no Rio de Janeiro.
Um texto elaborado pelo astrônomo australiano Richard Wainscoat pediu em defesa do céu noturno e pelo direito à luz das estrelas". A proposta ressaltou ainda que "um céu noturno não poluído deve ser considerado um direito sociocultural e ambiental fundamental".
Hoje para se ter uma vista privilegiada é preciso viajar 200 quilômetros para regiões longe das cidades grandes ou médias. Quem mora em localidades onde o espaço entre uma cidade e outra não é superior a 300 quilômetros não tem como encontrar um céu escuro, concluiu Wainscoat.
Os astrônomos não defenderam um apagão nos grandes centros urbanos, mas sim o término do desperdício com a iluminação noturna. Atualmente, já existem leis em outros países contra a poluição luminosa. Eles acreditam que no futuro, a necessidade de poupar energia pode resultar em leis em diversas partes do mundo.