O pico de enchente do rio Negro que corta o Amazonas ocorre em junho e este ano o nível do Rio pode atingir a média ou superar o volume histórico, alertou esta semana o Serviço Geológico do Brasil, responsável pelo monitoramento dos rios da Amazônia.
O alerta dado pelo órgão orienta a Defesa Civil do Estado e de outras áreas próximas que sofrem com as enchentes a tomarem as providências necessárias. O rio Negro teve a sua maior cheia em 1953 quando atingiu 29,69 metros.
Na segunda-feira, o nível do Rio chegou a 27,46m e vem subindo uma média de 6 cm ao dia, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
Em Manaus a cheia do Negro já provoca transbordamentos na zona portuária e ameaça a zona urbana da cidade num raio de 6 km. Se a cheia for recorde, pelo menos 40 municípios podem ser afetados.
A Defesa Civil informa que subiu para 62 o número de municípios que decretaram situação de emergência por conta das inundações provocadas pelas cheias dos rios Negro, Solimões, Purus, Juruá e Madeira.
A explicação para tanta chuva é decorrente do fenômeno La Niña, o resfriamento das águas do Pacífico, segundo avaliação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Desde outubro de 2008, o Amazonas registra chuvas acima da média em função do La Niña, sendo que o aumento das chuvas deveria ocorrer apenas no início de dezembro.
O fenômeno altera a circulação dos ventos e tem uma atuação maior nas frentes frias. Chuvas acima do normal ocorrem no Amazonas geradas pelo Aquecimento do Atlântico Norte.
Foto: Imagem captada pelo satélite de sensoriamento remoto Landsat mostra parte do Rio Negro e alguns de seus afulentes. Crédito: Experimento LBA de Grande Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia.