De acordo com a Nasa, um dos fragmentos pertence ao satélite russo Cosmos 2251, que se chocou contra o satélite americano Iridium 33 em fevereiro de 2009. O segundo pedaço de lixo espacial é o remanescente de um antigo foguete indiano.
Cálculos orbitais mostram que o fragmento do satélite russo atingirá a menor distância da Estação Espacial (ISS) às 11h32 BRT dessa quinta-feira, enquanto o fragmento indiano passará próximo da ISS às 02h47 de sexta-feira.
Normalmente, a Nasa e seus parceiros juntos à ISS ordenam a manobra de desvio quando qualquer fragmento é estimado a passar a menos de 25 km da Estação. Quando isso acontece, a ISS é elevada alguns quilômetros acima da sua órbita tradicional com auxílio dos propulsores dos módulos Soyuz ou ATV, normalmente atracados a ela.
No caso dos fragmentos russos e indianos, caso seja confirmado o risco os controladores ordenarão a ignição dos propulsores do cargueiro europeu ATV, que atualmente está acoplado ao complexo orbital. Os motores serão acionados por cerca de dois minutos e elevarão a órbita da ISS por cerca de quatro km.
A Nasa estima que existem mais de 20 mil peças maiores que 10 centímetros de largura orbitando a Terra e pelo menos 500 mil fragmentos maiores que uma bola de gude. Dependendo da velocidade relativa entre os objetos e a ISS, o choque pode romper a blindagem da nave e provocar sérios danos à nave ou à tripulação.
Desde 1999 a ISS já fez quinze manobras para evitar colisões com restos de lixo espacial, incluindo uma em abril de 2011, quando o laboratório precisou desviar de um fragmento também gerado pela colisão entre os satélites Iridium e Cosmos.
Apesar dos grandes pedaços de lixo espacial serem altamente nocivos à ISS, os pequenos objetos também causam grandes preocupações. Pedaços de poucos milímetros podem ser mortais se perfurarem trajes espaciais ou romperem suprimentos de oxigênio durante atividades extraveiculares, EVA.
Estima-se que a colisão entre os satélites russo e americano em 2009 gerou pelo menos 2 mil peças de lixo espacial, que continuam a circular a Terra em órbitas cada vez mais baixas, muitos deles na mesma altitude da ISS. Em 2007, a explosão proposital de um satélite chinês adicionou ao espaço mais 3 mil fragmentos.