O aumento da relação de oxigênio em relação ao dióxido de carbono (CO2) foi observada pelo jipe robô Curiosity acima da cratera Gale, seu local de operação.
O CO2 é responsável por cerca de 95% de todo o ar do Planeta Vermelho e durante os meses do outono e inverno congela sobre a região polar. Nos meses mais quentes ele sublima, ou seja, passa do estado sólido para o gasoso. A relação do nitrogênio e do argônio, que compõem 4,5% de toda atmosfera marciana, aumenta e diminui em relação ao CO2, mas oxigênio não se comporta assim.
De acordo com o estudo, publicado no Journal of Geophysical Research: Planets, a relação de oxigênio/CO2 na região da cratera Gale foi 30% maior durante os meses de verão, voltando ao normal no outono.
Recentemente, os pesquisadores também se depararam com aumento incomum de metano nos meses de mais quentes. Em algumas localidades, a concentração do gás chegou a ser 60% maior que o normal e até agora não se sabe exatamente o porque e nem se esses aumentos súbitos nos meses mais quentes estão relacionados.
"Estamos começando a estudar essa correlação entre metano e oxigênio durante boa parte do ano em Marte", explicou Sushil Atreya, professor de ciências climáticas e espaciais da Universidade de Michigan. "Acredito que há algo relacionado, mas ainda é cedo para afirmar".
Como se sabe, além de existirem naturalmente o metano e o oxigênio também podem ser produzidos pela química geológica e também a partir de sistemas biológicos, como os micróbios. Atualmente, não há evidências de que haja ou tenha havido vida em Marte e essa nova descoberta não deve ser tomada como evidência disso.
Os dados mostram que os níveis de metano e oxigênio, em algumas localidades, variam de acordo com as estações. Os pesquisadores ainda estão sabem a causa dessa dinâmica, mas suspeitam que o que quer que esteja acontecendo deve estar ocorrendo na camada superior do solo e não na baixa ou alta atmosfera do planeta.