A cidade foi demolida em 1940 para a construção de uma barragem na região. "É a Pompeia brasileira", fala com entusiasmo Mozart Vitor Serra, diretor do Instituto Light, que está trabalhando na recuperação das ruínas.
Segundo o Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), que coordena o trabalho, esta é a primeira vez no Brasil que uma cidade inteira é recuperada por arqueólogos. "O que existe são fragmentos, pedaços de cidade. Nunca uma cidade inteira", afirmou Jandira Neto do IAB.
Estão lá o prédio da prefeitura da cidade, a funilaria, a casa do capitão-mor, ruas com calçamento em pé de moleque e pedra-de-mão, além de parte das torres da Igreja de São Marcos.
Outra descoberta: as fundações do Teatro Tibiriçá reapareceram, mas os arqueólogos ainda não conseguiram chegar ao piso que está mais de um metro soterrado.
O trabalho dos especialistas foi realizado em duas etapas. A primeira, em agosto de 2008 quando foi feito um levantamento da região e a segunda, este ano para delimitar os sítios arqueológicos.
A região cresceu em 1880 tinha 20 mil habitantes. Por sua importância, foi tombada pelo patrimônio histórico nacional em 1939. Um decreto do presidente Getúlio Vargas em 1940, determinou a desapropriação das terras para a ampliação da Barragem de Ribeirão Lages. A cidade foi inundada e a população transferida para o município de Rio Claro. Os planos mudaram pouco tempo depois, mas as ruínas ficaram cobertas por terra e mato durante décadas.