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Rússia explode satélite e coloca em risco astronautas na Estação Espacial

Quarta-feira, 17 nov 2021 - 09h27
Por Rogério Leite
Um míssil espacial lançado pela Rússia atingiu propositalmente um antigo satélite espião situado em órbita baixa, gerando uma grande nuvem de detritos que agora estão vagando pelo espaço. A ação ocorreu 150 km acima da Estação Espacial Internacional e obrigou os astronautas a se abrigarem no módulo de retorno.

Satélite Cosmos 1408 (Tselina D) antes de ser lançado em setembro de 1986.

A operação aconteceu na segunda-feira (15/nov/2021), como parte do programa russo antissatélite (ASAT), que utiliza mísseis de orbita balística para interceptar e atingir satélites em até 700 km de altitude.

O objeto escolhido para o teste foi o satélite militar Tselina-D Cosmos 1408, lançado em setembro de 1982 como parte do projeto Tselina para espionagem detalhada de transmissões de rádio terrestres. O objeto, de cerca de 2 toneladas e estava fora de operação desde 1987.

De acordo com o site SATVIEW.ORG, Cosmos 1408 orbitava a Terra em orbita quase polar entre 544 km e 566 km de altitude.


Astronautas e Notas de Repúdio


A destruição do Cosmos 1408 gerou uma grande quantidade de lixo espacial 150 km acima da Estação Espacial Internacional, ISS, e obrigou os astronautas a se abrigarem no módulo de retorno Soyuz (também russo), acoplado à Estação.

Após o teste, as principais agências espaciais e governantes das maiores potências criticaram a operação russa, chamando-a de irresponsável por ter colocado em risco os astronautas e a própria estação, argumentando que o impacto de qualquer fragmento poderia danificar irremediavelmente a estrutura do complexo espacial.


Fragmentos Espaciais e Risco Futuro


É bom lembrar que a ISS orbita 150 km abaixo da orbita do Cosmos 1408 e um choque direto de algum fragmento em decorrência do impacto é praticamente impossível. No entanto, a grande quantidade de lixo espacial deixada pela operação pode representar um sério risco futuro, uma vez que esses detritos devem lentamente retornar à Terra e em algum momento cruzar o caminho da ISS.

Estima-se que mais de 2 mil fragmentos foram criados durante a destruição e podem levar dezenas de anos para caírem e serem absorvidos na atmosfera terrestre.

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