As informações climatológicas que permitiram essa conclusão foram obtidas junto ao Goddard Institute for Space Studies (GISS), órgão da Nasa que estuda as mudanças climáticas em escala global e que utilizada dados de milhares de estações meteorológicas em todo o mundo. No caso de São Paulo, a série corresponde a uma das estações localizada na Zona Norte da cidade.
A avaliação dos dados mostra que o valor registrado em novembro de 2009 foi 1.2 grau maior que o recorde estabelecido em novembro de 1993, quando a temperatura média na cidade chegou a 22.9 graus. Antes disso o pico havia sido atingido em 1990, quando a média do mês de novembro ficou em 22.8 graus.
Além do recorde verificado para o mês de novembro, os registros mostram que desde que começaram as medições a temperatura na cidade vem evoluindo gradativamente especialmente a partir da década de 1950.
Assim como outras grandes metrópoles, São Paulo é repleta de ilhas de calor criadas pela ação do Homem, especialmente pelo adensamento urbano que provocou a perda da floresta natural e a concentração de grande quantidade de edifícios em pequenas regiões.
Essa alteração geográfica teve profundo impacto na mudança do clima da cidade ao longo das décadas, modificando o padrão de circulação do ar e da umidade relativa na atmosfera. A consequência direta foi o quase desaparecimento da tradicional garoa paulistana, trocada pelos intensos temporais localizados.