Junto com outros objetos, Ceres e Vesta orbitam em uma extensa zona conhecida como Cinturão de Asteroides, situada entre as orbitas de Marte e Júpiter.
Até maio de 2012, Vesta era classificado pela União Astronômica Internacional como um asteroide, mas foi "promovido" a protoplaneta pela própria entidade, após diversos estudos demonstrarem que o objeto tem mais características em comum com outros planetas do que com qualquer asteroide conhecido.
A definição de protoplaneta é a de um planeta que ainda está se formando, mas no caso Vesta essa fase foi interrompida. Para os cientistas, essa interrupção tornou Vesta um corpo celeste mal acabado, sendo considerado um autêntico fóssil rochoso que preservou os primeiros eventos da história do Sistema Solar.
Vesta tem 530 quilômetros de diâmetro e é o segundo objeto mais massivo dentro do cinturão. O ex-asteroide é conhecido há mais de 200 anos e sempre foi observado com relativa facilidade por telescópios de solo ou espaciais, mas foi com auxílio da nave Down que o objeto passou a ser estudado e visto com maior riqueza de detalhes.
Os primeiros estudos mostram que Vesta é uma sobra dos primórdios do Sistema Solar, parte de um dos blocos básicos que deram origem aos planetas rochosos como a Terra. Sua superfície, antiga e craterada é um sinal claro dos grandes impactos comuns na época de formação do Sistema.
A baixa gravidade também contribuiu para as características marcantes de sua superfície e permitiu a formação de gigantescos penhascos e uma enorme montanha com cerca de duas vezes o tamanho do Monte Everest.
Dados coletados pela Down também mostram que Vesta tem formação similar à da Terra e da Lua e ao que tudo indica é composto por um núcleo de ferro recoberto por manto e crosta. Estudo recente publicado pela revista especializada Science indica que no passado Vesta abrigava um oceano subterrâneo de magma.
Alguns trabalham sustentam que Vesta seja o principal responsável pela grande quantidade de meteoritos que chega anualmente à Terra.
Com 950 km de diâmetro, Ceres é o corpo mais maciço da região do Cinturão de Asteroides. Sozinho, sua massa corresponde a um terço de toda a massa do cinturão.
Mesmo sendo um objeto próximo da Terra (atualmente está a 350 milhões de km do nosso planeta), Ceres é pouco conhecido e explorado.
Imagens feitas em 1995 com auxílio do telescópio espacial Hubble mostraram um grande ponto escuro em sua superfície, que se acredita esteja relacionado a uma grande cratera. No entanto, novos registros feitos em 2003 revelaram a existência de um pequeno ponto branco de origem ainda não determinada, mas o ponto negro não estava mais presente nas cenas.
Se tudo correr como planejado, a nave deve chegar ao planeta-anão em fevereiro de 2015. A julgar pelas imagens feitas do protoplaneta Vesta, a superfície ceresiana começará em breve a revelar seus mistérios. Até lá, só nos resta esperar.