Algumas irregularidades são comparáveis às montanhas rochosas do oeste dos Estados Unidos. "É como colocar um óculos 3D e ver a terceira dimensão pela primeira vez", disse Bob Pappalardo, cientista do projeto Cassini, em nota divulgada pela agência espacial americana. "É um dos eventos mais importantes que a sonda já nos mostrou", acrescentou Pappalardo.
No dia 11 de agosto, a luz do Sol atingiu diretamente a borda dos anéis de Saturno, causando o efeito óptico e durante uma semana os cientistas usaram a sonda Cassini para observar elevações que se projetassem paralelo ao plano dos anéis.
Estudiosos já sabiam das projeções verticais, mas não eram capazes de medir a altitude e largura das ondulações sem a ajuda das sombras projetadas pelo equinócio. Isso ocorre duas vezes em cada órbita do planeta, que demora 11 mil dias ou 30 anos para se completar.
"A maior surpresa foi enxergar tantos locais de relevo vertical acima e abaixo de anéis, comentou Linda Spilker, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.
Segundo os astrônomos, ondulações que a Cassini já tinha visto por mais de 800 km no anel D parecem ondular um total de 17.000 km pelos anéis C e B. Uma onda de partículas de gelo, criada pela atração gravitacional da lua Dafne alcança incrivelmente 4 km de altitude.