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Sonda Messenger: Liberadas mais imagens inéditas de Mercúrio

Quinta-feira, 17 jan 2008 - 11h48
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Ao mesmo tempo em que a sonda Messenger se aproximava do planeta Mercúrio no dia 14 de janeiro de 2008, a moderna câmera de ângulo estreito, NAC, não parava de registrar cenas inéditas do distante planeta. A imagem abaixo foi feita quando a Messenger se encontrava a 18 mil quilômetros da superfície de Mercúrio, apenas 56 minutos antes da aproximação final, que colocou a nave a 200 quilômetros de altitude. A cena captada pela câmera mostra uma região de 500 quilômetros de largura. Nela, crateras com menos de 1 quilômetro de diâmetro podem ser vistas facilmente.

A imagem mostra a superfície mercuriana iluminada obliquamente pelo Sol, onde vemos claramente um terreno rugoso e craterado. A grande cratera dupla, preenchida com sombras e vista no canto superior direito, foi estudada pela sonda Mariner 10 há 33 anos e na ocasião foi batizada de Vivaldi. Seus anéis externos têm diâmetro aproximado de 200 quilômetros. As modernas câmeras da Messenger revelaram detalhes nunca vistos anteriormente, incluindo uma larga e antiga depressão sobreposta pela região esquerda da cratera Vivaldi.


Desfiladeiro


Vinte e um minutos depois da aproximação final, quando a nave se encontrava a 5800 quilômetros da superfície, novas cenas puderam ser captadas pela câmera de ângulo estreito. Como na imagem anterior, a cena também mostra uma grande quantidade de crateras, porém, a menor distância do solo permitiu que a câmera registrasse crateras com menos de 300 metros de diâmetro. A imagem é uma das 68 fotos feitas da região equatorial de Mercúrio e nunca foram registradas por uma sonda. Quando combinadas, formarão um grande mosaico que permitirá aos cientistas estudarem o processo da formação do planeta, há 4 bilhões de anos.

A cena revela uma dos mais longos desfiladeiros de Mercúrio, visto aqui como uma curva que parte do topo da imagem e se propaga pelo lado direito. O Sol brilha baixo desde o lado esquerdo, fazendo com que o precipício provoque uma grande sombra no solo. De acordo com geólogos planetários, gigantescas forças na crosta de Mercúrio pressionaram o terreno visto à esquerda em direção ao terreno à direita. No alto da imagem vemos que parte da encosta do desfiladeiro foi destruída pelo impacto de um meteoro.


Crateras de Impacto


Trinta e sete minutos depois de se aproximar ao máximo de Mercúrio, a câmera de alta resolução captou a penúltima cena de um total de 99. Quando somadas, permitirão formar um mosaico de 9 linhas por 8 colunas da região nordeste do planeta. A imagem, com resolução de 360 metros por pixel, cobre uma região de 370 quilômetros e nunca havia sido registrada por outra sonda.

A cratera vista em destaque mostra uma grande quantidade de raios brilhantes que parecem se originar do seu centro e que foram esculpidos pela ejeção de material durante o impacto de algum cometa ou meteoro. A cena também revela uma série de crateras menores ao seu redor.

O estudo das crateras de impacto fornecerá aos pesquisadores importantes dados sobre a história e composição de Mercúrio, além trazer mais luz sobre os processos dinâmicos que ocorreram durante a formação do sistema solar.


Imagens Melhores


Comparando as imagens recebidas pela Mariner 10 em 1975, nota-se claramente uma grande diferença na qualidade das imagens. Na época, as câmeras usadas nas sondas espaciais eram construídas com tecnologia do tipo Vidicon, fora de uso há mais de 30 anos. Atualmente os sensores são bem mais sofisticados e utilizam tecnologia CCD de alta precisão, que permitem analisar a superfície do planeta em diversos comprimentos de onda.

A câmera de ângulo estreito (NAC), a bordo da Messenger, faz parte de um conjunto imageador desenvolvido pelo Instituto de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, dos EUA. O equipamento, chamado MDIS, é um conjunto capaz de captar imagens em 11 comprimentos de ondas diferentes, desde o espectro visível até o infravermelho. As imagens mostradas aqui foram captadas no comprimento de onda de 750 nm (nanômetros), que cobre a região do vermelho do espectro visível.

Crédito das Imagens: Nasa, ESA, JHU. Clique sobre as fotos para ampliar.

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