Apesar do impulso, chamado assistência gravitacional, ser o objetivo principal da aproximação dessa segunda-feira, os engenheiros responsáveis aproveitaram a oportunidade e realizaram uma série de experimentos e observações
"Durante a primeira aproximação resolvemos questões cruciais e que estavam pendentes há mais de 30 anos", disse Sean Solomon, cientista-chefe da missão Messenger, ligado ao Carnegie Institution, de Washington. "Entendemos como as erupções vulcânicas produziram algumas das planícies de Mercúrio e concluímos que seu campo magnético é produzido provavelmente por um pequeno núcleo de ferro derretido".
A primeira aproximação permitiu que as câmeras de alta resolução da Messenger captassem imagens nunca vistas de mais de 20% da superfície de Mercúrio. Na aproximação atual as condições orbitais estavam novamente favoráveis, o que permitiu o registro de mais 30% das regiões ainda desconhecidas pelo Homem.
De todos os planetas do sistema solar é o que menos foi visitado e seu estudo direto através de telescópios é muito prejudicado devido à proximidade do Sol. Só pode ser visto antes ou depois do nascer e pôr-do-Sol, e nestas ocasiões está tão baixo no horizonte que sua luz refletida tem que passar por uma camada muito densa de atmosfera, o que prejudica ainda mais sua observação.
A nave Messenger será a primeira missão a entrar na órbita de Mercúrio. As órbitas ao redor do planeta começarão definitivamente em 2011, mas antes disso a sonda precisará realizar outra aproximação, programada para 29 de setembro de 2009. A inserção dentro da órbita mercuriana ocorrerá em 18 de março de 2011.
A Messenger é uma missão suportada pela Agência Espacial Americana e conduzida pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.