Apesar das concentrações detectadas de H20 serem pequenas, a quantidade é bem maior que a esperada pelos pesquisadores, o que despertou novos questionamentos sobre sua a origem e possíveis efeitos sobre a mineralogia da Lua. A hidroxila, HO, é uma molécula composta de um átomo de oxigênio e apenas um átomo de hidrogênio.
A descoberta foi feita através da luz refletida pela superfície da Lua nos comprimentos de onda do infravermelho, que foram captados pelo instrumento M3 a bordo da sonda e transformados em sinais digitais que foram enviados à Terra. Quando os dados foram analisados pelos pesquisadores, constatou-se que os comprimentos de onda absorvidos eram compatíveis com a absorção causada por moléculas de água e hidroxila.
A descoberta das moléculas confirma observações feitas anteriormente pelo instrumento VIMS (Visual and Infrared Mapping Spectrometer) a bordo da sonda Cassini e também pelo espectrômetro infravermelho a bordo da sonda Epoxi, da Nasa. O trabalho é assinado pelo cientista Carle Pieters, principal investigador dos dados do instrumento M3 junto à Universidade de Brown e está sendo publicado esta semana pela Revista Science.
Segundo Pieters, a quantidade de água é extremamente pequena, mas para alguns cientistas ela poderia ser a chave para a solução de inúmeros problemas. Independente da quantidade, as moléculas podem ser quebradas e então separar o hidrogênio do oxigênio, obtendo assim combustíveis para foguetes. O problema é a viabilidade da operação.
No próximo dia 9 de outubro a sonda Lcross deverá se chocar contra a cratera Cabeus A no pólo sul da Lua e levantará uma grande quantidade de material congelado há mais de 6 mil metros de altitude. O objetivo é a detecção de possíveis moléculas de água armazenadas nas profundezas da Lua e que poderão abastecer as futuras colônias da Lua, além de produzir combustíveis para foguetes baseados em nosso satélite natural.