A bordo da sonda, instrumentos de última geração captam com perfeição detalhes da superfície do planeta, além de dados atmosféricos e geológicos que são constantemente recebidos pelos cientistas aqui na Terra.
Dentre os instrumentos a bordo da sonda, um se destaca pela capacidade de detalhamento da superfície. Chamado THEMIS, uma tradução para Sistema de imageamento de Emissão Térmica, o equipamento é uma câmera capaz de fazer imagens em quinze comprimentos de onda diferentes, cinco deles dentro do espectro visível e dez nas bandas do infravermelho. Neste comprimento, os menores detalhes são registrados com 100 metros de resolução, enquanto no espectro visível a resolução chega a 18 metros.
A imagem recebida na última semana pelos cientistas da Universidade do Arizona deixou a todos muito impressionados pela grande nitidez apresentada. "A cena é uma obra de arte. Dá pra ver tantos detalhes que ainda não cansei de admirar", disse a pesquisadora Kelly Bender, projetista sênior da câmera THEMIS, a bordo da sonda.
Não é para menos. A cena, captada dentro espectro visível, mostra a região de Daedalia Planum, parte da grande província vulcânica de Tharsis. Nela vemos com grande detalhamento um grande fluxo de lava produzido há milhares de anos pelo vulcão Arsia Mons, numa montanha de 19 quilômetros de altura, que abriga em seu topo uma caldeira de mais de 500 km de diâmetro. O vulcão, localizado do lado direito do fluxo piroclástico, não está visível na foto.
"O fluxo de lava carrega areia e poeira, enquanto as crateras de impacto agem como obstáculos para os fortes ventos", explica a cientista. Bender também enfatiza os padrões em preto e branco que parecem sair das crateras menores. Segundo a pesquisadora, esses padrões são criados pela ação dos ventos ao passar entre as crateras e mostram a direção em que sopram, neste caso de leste para oeste.