Um desses objetos é a recém-nascida anã marrom SSTB213 J041757, localizada no interior da nuvem escura Barnard 213, a 450 anos-luz de distância, na direção da constelação de Touro. Apesar do objeto já ter sido observado por telescópios baseados em terra, novas imagens feitas pelo telescópio espacial Spitzer mostram que SSTB213 J041757 é na realidade formado não por uma, mas por duas anãs marrons.
A classificação do objeto oscila entre estrelas e planetas em termos de temperatura e massa. São mais frios e mais leves que as estrelas, mas são mais maciços e normalmente mais quentes que os planetas, o que abre um grande um grande leque de discussão sobre sua natureza.
As anãs marrons nascem das mesmas nuvens de gás e poeira que geram as estrelas e planetas, mas por não terem massa suficiente, não conseguem desencadear a fusão nuclear do hidrogênio em seu interior. Sem produzir a ignição como as estrelas, as anãs marrons se tornam objetos mais frios e menos luminosos, tornando sua detecção um verdadeiro desafio.
Quando nascem, as anãs marrons também aquecem o gás circundante, gerando sinais infravermelhos capazes de serem registrados por sensores ultrassensíveis que operam nesse espectro, como é o caso do telescópio Spitzer.
A cena mostrada combina dados do telescópio espacial Spitzer e imagens do telescópio infravermelho do observatório Calar Alto, na Espanha, e mostra os dois jovens objetos, A e B, envolvidos por uma grande nuvem púrpura formada por gás e partículas frias.
Os dados registrados pelos instrumentos revelam que os objetos são provavelmente as mais jovens anãs marrons já detectadas e auxiliam os pesquisadores a responder com maior precisão como são formadas - se como os planetas ou como estrelas. Baseados nos estudos feitos desses objetos desde 2005, a maior parte dos cientistas aposta suas fichas que as anãs marrons nascem mesmo como estrelas.