Essas estrelas primordiais, hoje mortas, teriam se formado quando os primeiros átomos de hidrogênio surgiram, criando corpos brilhantes. Contudo, ainda há muito a responder sobre elas.
"Onde elas viveram, qual era seu tamanho, quanta luz emitiam... Ainda não sabemos", diz o astrofísico Alexander Kashlinsky, líder da pesquisa publicada na Nature.
A pesquisa representa a primeira evidência tangível de tais estrelas, mas não é conclusiva. "O que fizemos foi obter a primeira informação", diz Kashlinsky.
Sua equipe usou dados coletados pelo Telescópio Espacial Spitzer da radiação cósmica - luz infravermelha invisível para o homem - de uma "fatia" do céu. Eles então subtraíram deste mapa todos os níveis de radiação de todas as galáxias conhecidas, para trabalhar apenas com o que sobrou - o que, para eles, representa as primeiras estrelas. Foi como separar a voz de uma pessoa em meio ao barulho gravado em um estádio de futebol em dia de jogo.
Avi Loed, professor de astronomia na Universidade Harvard, explica que o Universo jovem foi escuro por aproximadamente 500 mil anos. Aos poucos, surgiram estrelas com milhões de vezes a massa do Sol. "É por isso que (o estudo) é tão interessante: pela primeira vez, estamos vendo uma evidência potencial de como elas foram produzidas e quando foram formadas."
Já o astrônomo Ned Wright, da Universidade da Califórnia, tem dúvidas sobre o publicado. Para ele, o processo de remoção do "ruído" de outras galáxias não é confiável. "Estou bastante cético em relação a este resultado. Acho que o que estamos vendo é um substrato incompleto de resíduos de fontes próximas."