O evento ocorreu às 15h00 BRT (Horário de Brasília) do dia 9 de julho, depois que um filamento na superfície do Sol se rompeu e ejetou em direção à Terra bilhões de toneladas de massa coronal. A carga de partículas carregadas viaja a cerca de 2 milhões de quilômetros por hora e deverá tocar a magnetosfera terrestre no final da tarde de sexta-feira.
De acordo com modelo de previsão, a tormenta deverá durar cerca de 24 horas, o que poderá elevar para 6 o índice KP que mede a instabilidade na ionosfera.
O choque das partículas contra a alta atmosfera da Terra não tem consequências diretas sobre a saúde do ser humano, mas pode provocar tempestades geomagnéticas e indução de correntes nas linhas de transmissão elétrica, causando variações de tensão. Se prolongadas, as tempestades podem até mesmo danificar transformadores.
A chegada das partículas também aumenta o arrasto na atmosfera, obrigando a reorientações dos satélites de baixa órbita.
Além dos efeitos mencionados, outra consequência das tempestades geomagnéticas é o "fechamento" da propagação das ondas de rádio, com o consequente blecaute de comunicações transatlânticas durante algumas horas.
Anualmente, as explosões solares são responsáveis por aproximadamente 1 bilhão de dólares em prejuízos e quem mais sofre com essas perdas são justamente as concessionárias de energia elétrica e os equipamentos de satélites, que por estarem em órbita não recebem a proteção das camadas mais altas da atmosfera que bloqueiam as partículas solares, principalmente os raios-x.
O choque das partículas na alta atmosfera produz variações bastante significativas no campo magnético terrestre. Essas anomalias podem ser detectadas com o uso de instrumentos adequados chamados magnetômetros. Através deles é possível detectar a ocorrência de tempestades geomagnéticas como ela está agindo sobre a Terra.
Para acompanhar a chegada da tempestade utilize nossa página de Atividade Solar
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Artes: No topo, imagem do satélite de observação solar SDO, da NASA, mostra os instantes seguintes à erupção do filamento na superfície do Sol. Na sequência, modelo de previsão mostra como as partículas foram ejetadas em direção à Terra. Acima, vídeo mostra o momento em que o filamento é rompido. Créditos: NASA/SDO, NOAA/SWPC, Apolo11.com.