Os seis voluntários, entre eles quatro russos uma alemão e um francês, deixaram o contêiner aparentando boas condições físicas e bastante sorridentes e foram recebidos com muitos aplausos pelos cientistas que conduziram o experimento, localizado em uma região montanhosa perto de Moscou.
Durante o tempo em que permaneceram isolados, os voluntários executaram diversos experimentos similares aos que poderão ser realizados em uma missão de longa duração. Foram avaliadas as reações psicológicas e fisiológicas relativas a um longo tempo de isolamento entre eles o estresse, qualidade de sono e humor. Os testes também simularam situações de emergência e o atraso de mais de 20 minutos nas comunicações com o centro de controle.
Os resultados dessa primeira fase do Projeto Mars 500 ainda estão sendo concluídos e serão usados para nortear a segunda fase do projeto, que prevê um período de isolamento de 520 dias, equivalente a uma missão de ida e volta a Marte.
No tempo em que permaneceram confinados, os participantes só puderam fazer uso de poucos objetos pessoais, como livros, laptops e DVDs, mas foram estiveram totalmente impossibilitados de realizarem qualquer contato externo. De acordo com as regras do IBMP, Instituto Russo de Problemas Biomédicos, os voluntários só poderiam abandonar a cápsula se tivessem uma boa razão, o que numa situação real equivaleria à morte dos astronautas e o fim da missão.
Segundo o IBPM, o principal problema para uma missão tripulada a Marte é assegurar a total autonomia dos tripulantes por pelo menos um ano e meio. Como em uma missão real, os suprimentos são rigidamente controlados e embarcados e nenhum componente fora do checklits pode entrar na cápsula. "Os astronautas têm que resolver os problemas e situações de desconforto sozinhos, sem que nenhum membro deixe a cápsula.
Do lado europeu, participam da missão o engenheiro alemão Oliver Knickel, de 28 anos e o francês Cyrille Fournier, um piloto comercial de 40 anos. Entre os russos estão os cosmonautas Oleg Artemyez e Sergei Ryazansky, além do médico Alexei Baranov e do fisiologista Alexei Shpakov.
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Fotos: No topo, a tripulação no interior da cápsula durante o experimento no interior da Rússia. No detalhe, o cosmonauta Oleg Artemyez em um dos experimentos de privação do sono a que foram submetidos. Crédito: IBPM(Institute of Biomedical Problems)/ESA.