Terremoto na Itália ocorreu em falha na região dos Apeninos
Segunda-feira, 6 abr 2009 - 08h57
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Atualização - 13h40
Sobe para 100 o número de vítimas do terremoto. De acordo com o governo italiano o número de feridos é superior 1500 e os desabrigados já são mais de 100 mil.
07h00
Um forte terremoto de 6.2 graus na escala Richter atingiu nesta madrugada local a região central da Itália. De acordo com autoridades locais pelo menos 46 morreram, entre elas 2 crianças.
O evento ocorreu às 22h32 de domingo pelo horário de Brasília (03h32 de segunda-feira pelo horário de Roma) a 10 km de profundidade, sob as coordenadas 42.423°N, 13.395°E, aproximadamente a 70 quilômetros a oeste da cidade de Pescara e 95 km a nordeste de Roma.
Segundo a rede de TV CNN o terremoto destruiu diversos edifícios, principalmente na cidade de L'Aquila, que está parcialmente sem energia elétrica e com vazamentos de gás.
Às 18h20 de domingo um terremoto mais fraco, calculado em 4.6 graus, já havia atingido o norte da Itália, a 55 quilômetros a sudeste de Bolonha, seguido de outro evento de 4.0 graus registrado 20 minutos mais tarde na região central do país. Após o evento de 6.3 graus, três aftershocks - terremotos secundários disparados pelo sismo principal - foram registrados na região.
Um terremoto de 6.2 graus equivale à mesma energia liberada pela explosão de 4 milhões de toneladas de TNT.
Saiba mais sobre os terremotos
Tectônica da Região
O evento atual ocorreu como resultado de uma falha tectônica orientada no sentido noroeste-sudeste e localizada na região central dos Apeninos, uma cadeia de montanhas que se estende desde o Golfo de Taranto, ao sul, até o extremo sul da Bacia do Pó, no norte da Itália.
Os Apeninos formam uma região de grande complexidade geológica e tectônica, originada devido a processos de subducção envolvendo a micro placa de Adria, que afunda abaixo dos Apeninos devido à colisão continental entre as placas da África, ao sul e Eurasiana, ao norte.
O evento recente, além da falha tectônica da micro placa de Adria, também está relacionado às forças que dominam toda a extensão dos Apeninos, em resposta direta à abertura mais rápida da Bacia do Mar Tirreno, a noroeste da Itália, do que à compressão entre as placas eurasiana e africana.
Histórico
A região do tremor desta segunda-feira já sofreu diversos terremotos importantes na história. Em 1997 um forte abalo de 6.0 graus ocorreu a 85 km a norte-noroeste da mesma região, destruindo mais de 80 mil casas e deixando um rastro de 11 mortos nas localidades de Marche e Umbria. Esse forte terremoto fez parte de uma sequência sísmica conhecida como evento Umbria-Marche, que inclui ainda oito tremores significativos de magnitudes maiores que 5.0 graus ocorridos em um período de dois meses, entre setembro e novembro.
Painel Global
Este e outros eventos podem ser acompanhados ao vivo através do Painel Global, aplicativo sob desenvolvimento que monitora a Terra em tempo real.
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Arte: No topo, tela do Painel Global plota a localização do epicentro do terremoto no centro da Itália. Na sequência, mapa mostra o tempo que as ondas de compressão do tipo "P" levaram para atingir diversos lugares do planeta. A linha negra mostra a distância aproximada até a zona de Sombra das ondas P, uma área da Terra distante entre 104 e 140 graus do epicentro do terremoto que não recebe nenhum sinal das ondas "P". A zona de sombra resulta do fato que as ondas do tipo "S" são inteiramente bloqueadas pelo núcleo líquido da Terra enquanto as ondas "P" são desviadas.
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