De acordo com autoridades do arquipélago, à medida que as equipes de resgate chegam às ilhas mais isoladas, o número de mortos tende a crescer. Ontem a Cruz Vermelha havia contado 13 mortos, mas hoje esse número já atinge 27, a maior parte na ilha de Gizo. Na vizinha Papua Nova Guiné há relatos de 5 vítimas, mas esse número não foi confirmado.
Pelo menos 5 mil pessoas estão desabrigadas em toda a região. Não há alimentos e as comunicações estão seriamente prejudicadas devido à falta de energia elétrica nas áreas atingidas. O governo da Austrália, que também emitiu alertas de tsunamis para a costa leste, prometeu uma ajuda de 2 milhões de dólares, o eqüivalente a 4 milhões de reais para ajudar as vítimas. O primeiro-ministro neozelandês Phil Goff enviou ao local um avião militar C-130, repleto de mantimentos, água e medicamentos.
Mesmo sendo castigada por dezenas de aftershocks, com intensidade sempre maiores que 5 graus, o governo das Ilhas Salomão suspendeu os alertas de tsunamis e convocou as pessoas a voltarem às suas casas.
As simulações feitas em supercomputadores com os dados do tsunami de 2004, provocado por um evento de 9.3 graus Richter próximo à ilha de Sumatra, na Indonésia, mostraram que a energia liberada naquela ocasião atingiu a impressionante marca de 64 bilhões de toneladas de TNT, o equivalente a 5 milhões de bombas atômicas. A violência do terremoto foi tão intensa que a costa de Sumatra deslocou até 3 metros e o norte da ilha de Simelua se moveu dois metros.
Devido à grande proximidade da área do epicentro, ocorrido 10 km abaixo do leito submarino sob as coordenadas 8.453S e 156.956E, as ondas gigantes atingiram a ilha de Gizo poucos minutos depois do violento movimento tectônico. Considerando-se que a velocidade média de propagação das ondas oceânicas é de 800 quilômetros por hora, o tempo entre o terremoto e a chegada das ondas nas regiões costeiras foi de aproximadamente 5 minutos, o que dificultou a propagação de alertas.
Saiba mais sobre terremotos e propagação das ondas P. Clique aqui