Se com uma luneta de poucos milímetros Galileu conseguiu revolucionar toda a astronômica ainda no Século 17, o que o sábio italiano não faria se tivesse acesso a um instrumento mais potente, capaz não só de ver os planetas e estrelas, mas também conhecer com precisão a sua composição?
É com esse objetivo que no próximo dia 24 de julho entrará em funcionamento o Gran Telescópio Canarias. Com um espelho de 10.4 metros de diâmetro o instrumento será o maior coletor de luz em todo o mundo, capaz de revelar detalhes do Universo que Galileu nem sonhava existir.
O telescópio está instalado no topo de uma montanha de 2400 metros de altitude situada na Ilha de La Palma, no arquipélago das Canárias, no noroeste da África. Seu espelho primário é formado por um conjunto de 36 espelhos hexagonais menores alinhados através de computadores que compensam as micro deformações exercidas pela força da gravidade. O resultado é uma superfície única, extremamente polida e mantida alinhada mesmo com o movimento do telescópio.
A inauguração do telescópio será um evento internacional, que contará com a presença de diversas autoridades mundiais, incluindo a visita do próprio rei da Espanha Juan Carlos e da rainha Sofia.
De acordo com astrônomos do Instituto de Astrofísica das Canárias, IAC, o novo instrumento permitirá capturar até mesmo a luz inicial do nascimento de novas estrelas, além de permitir o estudo profundo das características dos buracos negros e decodificar os componentes químicos gerados desde a época do Big Bang, a teoria que afirma que o Universo foi criado há 13 bilhões de anos a partir de uma grande explosão cósmica.
Outro objetivo do Gran Telescópio Canárias é o de buscar por novos planetas similares à Terra em galáxias distantes e para "afinar" mais os resultados das observações os cientistas do IAC levaram ainda oito meses para aferir os instrumentos.