A imagem foi obtida pelo consórcio científico EHT (Event Horizon Telescope), um conjunto de oito telescópios que operam pelo princípio da interferência, espalhados pelo mundo, e que desde 2017 estão apontados para o centro do objeto M87, uma enorme galáxia localizada no aglomerado de Virgem, distante 54 milhões de anos-luz da Terra.
O que a imagem mostra é a sombra negra, tecnicamente chamada de horizonte de eventos e também o redemoinho de poeira e plasma (gás incandescente) que circunda o buraco negro, antes de serem absorvidas em direção ao centro.
De acordo com os cientistas, o objeto fotografado é 6.5 bilhões de vezes mais maciço que o Sol e se expande por 40 bilhões de quilômetros de diâmetro, aproximadamente 3 milhões de vezes o tamanho da Terra.
Se estiver imerso em uma área muito brilhante, como por exemplo, um disco de gás aquecido, o buraco negro deve criar uma região escura ao seu redor - exatamente como a da foto - algo previsto pela primeira vez em 1915 por Albert Einstein, em sua Teoria da Relatividade Geral.
Em seu arrazoado, Einstein previa que a passagem de um fóton próximo a um objeto super maciço seria capturado pela sua gravidade, ou seja, cairia dentro do buraco.
De forma muito simplificada, o material resultante da estrela, por ter massa muito elevada, passa a atrair o gás e poeira ao seu redor, o que em teoria colaboraria com seu crescimento e capacidade de absorção, ficando maior e mais forte, mas existem diversas opiniões que divergem de como essa expansão acontece.
Até hoje, os pesquisadores não sabem ao certo o que existe dentro de um buraco negro, a não ser sobre a matéria e dinâmicas que deram origem à sua formação. O que se passa depois de o material ter sido absorvido e extremamente comprimido ainda é um mistério e esse registro é o primeiro passo para uma melhor compreensão desse processo.