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Vento solar bombardeia a Terra e produz instabilidades na ionosfera

Quinta-feira, 28 fev 2019 - 09h17
Por Rogério Leite
Um gigantesco buraco coronal apontado diretamente para a Terra está arremessando partículas carregadas com velocidade superior a 550 km/s, provocando forte instabilidade na alta atmosfera.

Buraco Coronal (áreas escuras) na superfície do Sol em 28 de fevereiro de 2019

O ventos solar agora observado teve origem na terça-feira, 26 de fevereiro, quando um grande buraco coronal se formou na superfície do Sol e se tornou geoefetivo, ou seja, ficou de frente para a Terra. Isso fez com que bilhões de toneladas de partículas carregadas escapassem do Sol na direção do nosso planeta.

Normalmente, o vento solar oscila entre 300 e 450 km/s, mas devido à presença deste buraco coronal, às 12h00 de quarta-feira a velocidade chegou a atingir a marca de 550 km/s, o que fez o índice KP, que mede a instabilidade da ionosfera, atingisse o nível KP=5.

Embora fraco, índice KP=5 pode provocar flutuações fracas na rede elétrica e causar impactos nas operações que envolvem satélites. Auroras boreais poderão ser observadas nas latitudes altas.

Outras consequências das tormentas solares são possíveis blecautes de radiopropagação, surtos de corrente em linhas de transmissão e anomalias em dispositivos de geolocalização, especialmente aqueles que operam em baixas frequências, como os localizadores de aeronaves e aeroportos.


Buraco Coronal


Buraco coronal é uma região de campo magnético enfraquecido momentaneamente na coroa solar. Por estar mais fraco devido a uma série de fatores, não consegue aprisionar com normalidade as partículas carregadas que são normalmente ejetadas do Sol. Como consequência, há um aumento do vento solar que chega à Terra.


Enfraquecendo


Devido à rotação do Sol, a anomalia atual não está mais faceada em relação ao nosso planeta, mas os efeitos da emissão devem durar pelo menos mais 24 horas. Fique ligado.
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