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Vulcão Lusi continua a jorrar lama sobre cidade da Indonésia

Quinta-feira, 4 fev 2010 - 08h33
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Apesar dos esforços de engenheiros e cientistas na tentativa de deter o fluxo de lama do vulcão Lusi, as imagens de satélites mostram que a erupção está longe de ser controlada. Diversas soluções já foram tentadas para estancar o vazamento, mas o exótico vulcão não para de jorrar e continua cuspindo mais de 100 mil metros cúbicos de lama todos os dias.


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Desde que entrou em atividade, em 29 de maio de 2006, Lusi já destruiu 20 mil casas, escolas e indústrias e forçou a evacuação de mais de 40 mil pessoas na região de Sidoarj, no leste de Java, na Indonésia. Mais de 1000 hectares de áreas agrícolas e industriais já foram devastados, provocando irreparáveis danos aos ecossistemas marinhos e costeiros.

Os vulcões de lama são comuns na natureza e se formam para permitir que gases e fluídos, como água e lama, possam escapar das camadas sedimentares localizadas abaixo da superfície. No caso de Lusi, no entanto, a lama começou a jorrar devido a um erro na perfuração de um poço de gás, que permitiu que a pressão aumentasse no interior da cavidade forçando a lama a subir à superfície através das fissuras.

Engenheiros e pesquisadores de diversos países criaram diversos procedimentos para bloquear a lama, entre eles o despejo de centenas de toneladas de bolas de concreto no interior da cratera, mas desde 2007 quando começou a operação não apresentou resultados satisfatórios e é considerado por alguns especialistas como uma guerra entre "Davi e Golias".

Segundo o cientista Mark Tingay, da universidade de tecnologia de Curtin, na Austrália, Lusi poderá permanecer ativo pelos próximos 30 anos. "A região ao redor do orifício está afundando cerca de 4 centímetros por dia e o fluxo de lama é tão grande que poderia inundar uma área do tamanho do porto de Sydney em menos de 10 anos", disse.

Na tentativa de deter o ininterrupto fluxo de lama, autoridades da Indonésia estão construindo um grande muro ao redor do vulcão, visto nesta imagem captada no dia 20 de outubro de 2009 através do radiômetro térmico ASTER, a bordo do satélite de sensoriamento remoto Terra.

Na cena, o muro é visto no centro da foto, rodeado de áreas vegetais registradas em vermelho. A água, normalmente azul-escuro neste tipo de imagem, é vista em tons prateados devido ao reflexo do Sol. Os quadrados brilhantes do lado direito são fazendas de camarões e a faixa branca na parte inferior é rio Porong Kali. Imagens de satélites feitas em 2008 não conseguiam detectar as bordas da montanha, agora perceptíveis em tons prateados e indicando Lusi continua crescendo.



Foto: No topo, imagem captada pelo satélite de sensoriamento remoto Terra mostra o vulcão Lusi rodeado por um grande muro, na tentativa de cercar o ininterrupto fluxo de lama que jorra pelo orifício desde maio de 2006. Acima, dezenas de casas submersas fazem parte da paisagem deixada por Lusi próximo à cidade de Sidoarjo, na ilha de Java. Créditos: Nasa/Modis/Oslo University/Durhan University/Apolo11.com.

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