Tungurahua tem 5 mil metros de altura e se localiza no centro andino do Equador, a 140 quilômetros da capital Quito. Uma de suas características mais assustadoras é a potência das suas explosões, geradoras de intensos tremores sísmicos.
Observações recentes apontam para a existência de uma falha no flanco ocidental da montanha, que segundo os pesquisadores, está enfraquecido, com grandes possibilidades de colapsar.
Tungurahua, que língua indígena dos povos quíchua significa "garganta do fogo" está persistentemente ativo desde 1999, quando uma forte atividade forçou a evacuação de 25 mil pessoas de comunidades próximas. Em novembro de 2015, o Gigante Negro, como também é chamado, sofreu diversas explosões que deslocaram em 3.5 centímetros a posição da montanha.
Para chegar a conclusão de que a lateral da montanha pode ruir novamente, os cientistas compararam as atividades recentes com observações geofísicas e geoquímicos mais antigas, com o objetivo era testar os diferentes mecanismos que podem levar ao colapso do flanco.
"Além das observações físicas usamos também dados de satélite e isso nos permitiu observar deformações muito rápidas do flanco ocidental e concluímos que as causas estão associadas aos desequilíbrios entre o fluxo de magma e as erupção de material", disse o líder do estudo James Hickey, ligado à Camborne School of Mines.
Modelos geofísicos combinados com observações visuais de superfície mostram que uma região de armazenamento de magma abaixo do vulcão provavelmente está criando uma zona de "fraqueza preferencial". Segundo os pesquisadores, o estresse físico dessa região havia diminuído anteriormente o que pode ter levado ao acúmulo de magma ao longo do tempo. Se o fluxo continuar, o volume deve criar estresse suficiente para aumentar a instabilidade do flanco, que poderá desmoronar no caso de uma nova erupção.
O trabalho foi publicado no periódico Earth & Planetary Science Letters.