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Quinta-feira, 6 jun 2013 - 07h12
Por Rogério Leite

Cometa do Século: ISON se aproxima do Sol a 87 mil km/h

O cometa C/2012 S1 ISON continua se aproximando da Terra e do Sol e ao que tudo indica não fará feio. Apesar da distância até o astro-rei ser bastante grande, o cometa está bastante ativo e se as expectativas se confirmarem, em novembro poderá ser visto até mesmo durante o dia. Será mesmo?

Cometa ISON visto pelo observatório Gemini
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Uma nova série de imagens feitas entre fevereiro e maio de 2013 pelo Observatório Gemini, no Havaí, mostra que a atividade cometária de C/2012 S1 ISON é bastante alta, apesar de ainda distante.

Imagens registradas pelo telescópio de 8 metros de diâmetro, no comprimento de onda da luz vermelha, permitiram enfatizar alguns detalhes da poeira cometária e mostram que grande parte do material que compõe o objeto está "vazando" no espaço.

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Dados coletados no espectro ultravioleta pelo satélite Swift, da Nasa, confirmam que ISON está perdendo cerca de 850 toneladas de poeira gelada a cada segundo. Essa informação permitiu aos cientistas estimarem que o núcleo de ISON tenha entre 5 e 6 quilômetros de diâmetro, com a coma - a cabeleira do cometa - medindo aproximadamente 5000l quilômetros de diâmetro.

Segundo a astrônoma Karen Meech, do Instituto de astronomia da Universidade do Havaí, que está estudando as imagens captadas pelo Gemini, a atividade do cometa diminui ligeiramente no mês de maio.

"Isso pode ter acontecido por ser o início da aproximação do Sol, o que pode revelar a vaporização de uma camada menos ativa ou densa do corpo do objeto", disse Meech. Para a pesquisadora, não há dúvida que a atividade crescerá muito à medida que ISON se aproximar mais do Sol. "Assim que o gelo começar a sublimar (passar do estado sólido para o gasoso), ISON vai nos revelar seus segredos", disse Meech.


Localização e Velocidade
Na última imagem feita pelo telescópio Gemini, em maio de 2013, ISON estava a 580 milhões de quilômetros do Sol, ligeiramente inserido dentro da orbita de Júpiter. No início de junho essa distância já havia diminuído para 516 milhões de quilômetros, situando o cometa entre Marte e o gigante gasoso.

ISON está viajando no espaço a 87 mil km/h e essa velocidade deverá ainda mais. Estima-se que em 28 de novembro de 2013 sua velocidade atingirá 1.36 milhões de km/h. Se fosse um avião, seria possível fazer uma viagem de São Paulo à Nova York em menos de 20 segundos!


Sobre o Cometa
Batizado como C/2012 S1 (ISON), o cometa foi inicialmente observado pelos observatórios de Monte Lemmon e Panstarrs, nos EUA, entre 28 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro de 2012 e teve sua órbita calculada com precisão a partir de observações feitas pelo astrônomo russo Artyom Novichonok e pelo seu colega Vitali Nevski, da Bielorússia, a quem cabem os créditos pela descoberta.

ISON é um cometa não periódico (o "C" inicial de seu nome indica isso). Isso significa que é um objeto que foi visto apenas uma vez, com órbita quase parabólica e período de retorno ao Sistema Solar de milhares de anos, caso retorne.

À medida que se aproxima da Terra e do Sol, as especulações sobre seu tamanho, magnitude e risco potencial começam a crescer. Estima-se que seu brilho poderá chegar a nada menos que 19 magnitudes negativas, o que em termos práticos significa um verdadeiro holofote no céu.


Aproximação Máxima
A cada dia ISON se aproxima mais e em 28 de novembro de 2013 deverá chegar a apenas 1.1 milhão de quilômetros da superfície escaldante da estrela, mas ninguém sabe exatamente o que pode acontecer. Em 26 de dezembro o cometa atingirá o menor ponto de aproximação com a Terra, a 64 milhões de quilômetros de distância, mas não há risco de colisão.

Apesar de todos os cálculos indicarem que a magnitude do cometa C/2012 S1 ISON será extremamente baixa durante o periélio (28 de novembro), fazendo-o brilhar mais forte que a Lua cheia, nenhum astrônomo amador ou profissional em sã consciência coloca a mão no fogo por isso.

Os cometas são bastante temperamentais e até novembro muita coisa pode acontecer. Se ISON seguir a orbita calculada, deverá contornar o Sol e seguir seu caminho. Outra possibilidade é ISON ser atraído pela gravidade e ser destruído pelo calor escaldante da estrela. Antes disso, porém, o cometa poderá se partir em vários pedaços ou então entrar em Outburst, um fenômeno que faz com que um cometa repentinamente perca muita massa e passe a brilhar centenas de vezes.

O que vai acontecer exatamente com ISON ninguém sabe, mas a aproximação máxima está chegando!


Saiba tudo o que pode acontecer com o cometa C/2012 S1 ISON


Fotos: No topo, sequência de imagens feitas entre fevereiro e maio de 2013 pelo telescópio de 8 metros do observatório Gemini, no Havaí. Acima, imagem registrada pelo telescópio espacial Hubble, em abril de 2013. Créditos: Gemini Observatory/AURA, NASA/HST, Apolo11.com.
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