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Ciência, Espaço e Tecnologia


Editoria: Astronomia
Quinta-feira, 4 abr 2024 - 10h49

Eclipse total do Sol permitirá experimentos raros em todo o mundo

Na segunda-feira, dia 8 de abril, a Terra experimentará um dos mais longos eclipses solares já observados. A totalidade da escuridão terá duração de incríveis quatro minutos e diversos experimentos testarão desde a reação dos animais até as mudanças na atmosfera da Terra.

Caminho da sombra projetada na Terra durante o eclipse de 8 de abril de 2024.
Caminho da sombra projetada na Terra durante o eclipse de 8 de abril de 2024.

O eclipse total de 8 de abril de 2024 será um eclipse do tipo total, quando o disco lunar encobrirá em 100% o disco solar, transformando em noite uma enorme faixa terrestre de 200 km de largura. Durante o último eclipse de 2017, a faixa da totalidade foi de apenas 110 km de largura.

O fenômeno terá início sobre o oceano Pacífico às 13h40 BRT (horário de Brasília) e cerca de 1 hora depois, às 14h50, projetará a sobra da Lua sobre a costa do México. A totalidade do evento ocorre alguns minutos depois, às 15h18, quando parte da porção sul dos EUA mergulhará na escuridão durante 04m28s, 1 dia após a Lua atingir o perigeu, o ponto da orbita lunar mais próximo da Terra.

Este será o primeiro eclipse solar total que poderá ser observado no Canadá nos últimos 45 anos. No México, será a primeira vez desde 11 de julho de 1991. Além disso, será o único eclipse solar total do século 21 em que a totalidade poderá ser testemunhada por todos os países da América do Norte.


Estima-se que 31 milhões de pessoas estarão no trajeto do eclipse, o dobro do último eclipse solar total que cruzou os Estados Unidos, em agosto de 2017.

Experimentos
O tempo mais longo da totalidade do eclipse de 8 de abril de 2024, aliado ao fato de poder ser observado em toda América do Norte, é motivo de alegria por parte de grande grupo de cientistas, que programou diversos experimentos em diversas áreas do conhecimento.

Reação dos Animais
Adam Hartstone-Rose, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, lidera projetos que estudam o comportamento dos animais selvagens durante os eclipses. Já foram feitos diversos estudos com macacos, girafas e tartarugas.

Em 2017, Hartstone-Rose pesquisou o comportamento dos animais em diferentes zoológicos ao longo da faixa de totalidade e ficou perplexo ao observar que um grupo de gorilas se reuniu para o lanche da noite durante a escuridão e ficaram de mãos abanando enquanto a luz solar voltava.

"Durante um dos eclipses as girafas selvagens na África começaram a galopar. Eu realmente fiquei cético porque as girafas são animais muito passivos. Mas algumas delas começaram a correr e isso é simplesmente incrível", afirmou o pesquisador.

Dessa vez, a equipe de Hartstone-Rose terá pesquisadores posicionados no Zoo Fort Worth, no Texas (EUA), onde deverão monitorar mais de 20 espécies de animais, incluindo gibões, flamingos, orangotangos e as tartarugas, que segundo o cientista, começaram inexplicavelmente a se acasalar durante a totalidade de 2017.


Foguetes na alta atmosfera
Outro experimento que deverá trazer muitos dividendos científicos será realizado pela Universidade de Aeronáutica Embry-Riddle, na Flórida, EUA.

Dirigido pelo físico Aroh Barjatya, o experimento lançará três foguetes de 18 metros na alta atmosfera, com o objetivo de monitorar as alterações das camadas mais elevadas da atmosfera da Terra, especialmente a ionosfera, no momento do eclipse.

Segundo Barjatya, cada foguete atingirá cerca de 420 km antes de cair de volta na Terra. Um foguete será lançado 45 minutos antes do pico do da totalidade, outro durante o ápice do evento e um terceiro, 45 minutos depois do ápice.

O objetivo é medir as partículas carregadas e os campos elétrico e magnético da ionosfera, uma região da atmosfera terrestre que se estende entre 100 km e 1 mil km acima da superfície do planeta. As medições deverão verificar quais alterações são observadas durante os 4 minutos do eclipse e como elas podem afetar as comunicações via satélite e sinais de GPS.

Para Barjatya, um eclipse tão longo oferece uma rara oportunidade de estudar essas alterações com muito mais detalhes.


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