Tempo ruim e objetonão identificado adiam volta da Atlantis

Oficialmente, o centro de controle da missão, em Houston, no Texas, informou que o adiamento foi devido às más condições do tempo no local do pouso, na Flórida. No entanto, a preocupação maior é com um objeto não identificado que pode ter se desprendido da nave, e que foi captado pelas câmeras externas do complexo (abaixo).

De acordo com o centro de meteorologia da Nasa, espera-se uma melhora nas condições do tempo para amanhã. Ontem os previsores classificaram como inaceitável as condições meteorológicas da região.

O pouso da Atlantis foi remarcado para quinta-feira, às 07h21 (Hora de Brasília), na pista do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e será retransmitido pelo ApoloChannel, aqui no Apolo11.

O estranho objeto foi observado pelos controladores de vôo usando uma das câmeras de TV externas da espaçonave, durante um dos testes padrão do sistema de controle de reação. Os engenheiros continuam analisando as imagens para determinar se o objeto pertence ou não à Atlantis e se pode causar riscos durante a reentrada.

O chefe do programa de ônibus espaciais, Wayne Hale, disse ontem que o sensor do braço mecânico, um prolongamento de 16 metros do braço robótico da espaçonave, será usado somente se for necessário uma inspeção mais profunda, caso as imagens captadas não tiverem sido suficientes.

Missão Cumprida
Durante sua estadia na ISS, os astronautas da missão STS-115 instalaram um novo conjunto de painéis solares que aumentarão a capacidade de geração elétrica para o complexo espacial.

Para montar os painéis, a equipe STS-115 levou a bordo da Atlantis dois andaimes que foram conduzidos pelo braço robótico da nave. Em seguida os astronautas fizeram três atividades extraveiculares (passeios espaciais), conhecidos por EVA, e deram sequencia à montagem dos geradores.

Na terça-feira os astronautas acondicionarm todo o equipamento que não será usado nas operações de retorno. O comandante Brent Jett e o piloto Chris Ferguson checarm os retrofoguetes, usados para frear a nave e retirar a Atlantis de órbita, instantes antes da reentrada na atmosfera.

Re-entrada na atmosfera
O processo de-orbital (saída de órbita) ocorrerá às 05h57 (Hora de Brasília), quando uma manobra feita pelos computadores de bordo fará a Discovery se dirigir à Terra de costas. Neste momento são acionados os retro-foguetes de modo a diminuir a velocidade da nave.

Perdendo velocidade, a nave tende a perder altitude, aumentando o atrito sobre as altas da camada da atmosfera. Esse processo é conhecido como reentrada na atmosfera, e é um dos momentos mais críticos de toda a missão, somente comparável em risco aos 8 minutos iniciais do lançamento.

Durante a reentrada, a temperatura do corpo da espaçonave atinge mais de 1500 graus centígrados. Essa temperatura é isolada por milhares de pequenas placas de cerâmica e silica, que revestem a parte inferior do ônibus espacial. O nariz e bordos de ataque da nave são protegidos de forma mais cuidadosa, já que produzem maior atrito e consequentemente mais calor.

A elevada temperatura aquece os gases ao redor da espaçonave e os incandesce. Essa incandescência é conhecida por plasma e ocorre devido à ionização das partículas dos gases. Essa ionização bloqueia as ondas de rádio e impede a comunicação da nave com os controles de terra no momento da reentrada.

Foto: Câmera externa da Atlantis capta imagem do compartimento de carga e da cabine de comando do ônibus espacial.

Assista nesta quinta-feira, ao vivo, o retorno do ônibus espacial Atlantis.
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