
Mas, este ano, os sistemas frontais e suas respectivas massas polares mais intensas na retaguarda, chegaram consideravelmente mais atrasadas em relação a outros anos, o que indica que mais tardiamente observamos o auge das menores temperaturas superficiais do mar somente agora no meio do mês de agosto. Mas, no fundo, o que isso acarreta? Bem, antes de tudo, observa-se que no auge das menores TSM, é que acontecem mais intensamente os nevoeiros litorâneos de advecção, que basicamente consistem em padrões de ventos continentais mais secos e aquecidos nesta época do ano (também ligeiramente atrasados, mas é digno de nota, que as terras aquecem-se mais rapidamente com o restabelecimento das massas de ar tropicais), que sopram sobre a superfície marinha mais fria, causando forte condensação daquelas que podem interromper o trânsito entre balsas e lanchas da travessia Santos- Guarujá, ou menos intensamente o entrechoque (encontro de massas de ar de características diferentes - uma aquecida e seca do continente e outra fria e úmida do mar).
Esta é de fato, climatologicamente uma tendência, mas observemos atentamente o que de fato
ocorrerá nos próximos dias, pois o tempo pode reservar surpresas!
Na imagem anexa, imagem de TSM da costa brasileira (rodada de 00Z de 20.08.2013
Fonte: Serviço Meteorológico da Marinha brasileira.
Rodolfo Bonafim
Diretor Científico da ONG Amigos da Água