
Se adentrarmos o continente, a influência do mar vai se dissipando e daí o fator de termo-regulação da água do mar tem pouca ou nenhuma influência. È o caso de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul e Cuiabá, capital do Mato Grosso. As distâncias dessas duas capitais é tão grande em relação ao litoral, que mesmo com incursão de massas de ar frio intensas no inverno e consequentemente, as temperaturas mínimas podendo despencar à média dos 5ºC (Campo Grande) e 10ºC (Cuiabá), após a rápida passagem da onda de frio, as temperaturas em menos de dois dias, já podem se “recuperar” e alcançar à média dos 28ºC ou 30ºC. Isto em grande parte deve-se não tão-somente ao fato de que as duas capitais situam-se acima da Linha do Trópico de Capricórnio (Clima Tropical Típico), mas também pelo fator continentalidade, pois da Física Básica, sabemos que a água reage de forma distinta ao calor em relação à terra. Em outras palavras, a grandeza física conhecida por “calor específico” da água é maior do que o da terra. Isto em termos climatológicos, se traduz no seguinte: as águas levam mais tempo para aquecer e também para resfriar, ao contrário das terras. No caso do litoral, uma massa de ar polar pode não derrubar tão intensamente as temperaturas mínimas no inverno, como no interior do continente, no entanto “a recuperação” das temperaturas máximas leva mais tempo do que no interior, pois no litoral, a maritimidade é preponderante, enquanto no interior, a continentalidade é que dá as regras...
Em termos mais práticos e atuais, de acordo com aquilo que venho comentando desde meados de novembro do ano passado (2011), a temperatura superficial das águas marinhas na costa paulista e fluminense tem verificado médias ligeiramente mais baixas do que a média normal climatológica para a época (anomalia negativa). Consequentemente, experimentamos até praticamente o final de janeiro deste ano (2012), um verão de certa forma atípica para o litoral paulista, capital e Grande São Paulo, os focos de minhas pesquisas..., apresentando médias de temperaturas abaixo da normal climatológica (ver matéria do Jornal “A Tribuna” em http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=125944&idDepartamento=5&idCategoria=0. Somente a partir do finalzinho de janeiro e início deste fevereiro, é que verifica-se uma constância de temperaturas ao longo dos dias, com média de 33ºC registrada na minha estação da Vila Belmiro em Santos. Ontem, por exemplo, registrei a máxima de 34,4ºC às 14:25 e umidade relativa de apenas 43%, o que é um valor de umidade baixo para a época do ano. Inclusive, no interior do estado paulista, no Vale do Paraíba, cidades como São José dos Campo, Taubaté e Guaratinguetá, tem verificado temperaturas também na casa dos 34ºC e valores de umidade relativa próximas dos 23%, nímeros típicos de ocorrência no inerno, quando as massa cde ar seco dominam, não somente pela variabilidade natural do clima ,mas também pelo fator antrópico, isto é, a degradação ambiental, especialmente gerada pelo crescimento urbano desordenado e não-sustentado. O litoral ,paulista, por exemplo citando Santos, possui uma climatologia muito peculiar. E uma das características marcantes deste microclima é a grande diversidade de tipos de nuvens que “ornam” o céu santista. Por exemplo, tenho verificado nos últimos dias, o nascimento de dias de céu límpido, logo ao nascer do Sol, mas a circulação ou infiltração marítima (termo imortalizado pelo antigo Homem do Tempo, Narciso Vernizzi), tem trazido nuvens baixas, da espécie cúmulos-humilis e alguns estratos-cúmulos (nuvens baixas). E ainda alguns estratos, estas que provocaram alguma formação de névoa. Mas, no decorrer do dia, por volta das 11 horas, visulaiza-se na direção da Serra do Mar, o crescimento de nuvens de médio desenvolvimento vertical, que lembram torres de “algodão” ou couve-flor”, as chamadas cúmulos-congestos, típicas de verão, que podem ou não, de acordo com o teor de umidade nas camadas altas da atmosfera e força do ar em ascenção, devido ao calor (convecção), transformarem-se nas temidas nuvens de grande desenvolvimento vertical, as cúmulos-nimbos, típicas de tempestades elétricas, chuvas pesadas, granizo e até formadoreas em condições especiais, de trombas d´água ou tornados....
Em anexo, envio foto dessas belas cúmulos-congestos que enfeitam os céus do verão...