Quarta-feira, 3 set 2008 - 10h19
A camada pré-sal e os desafios da extração do petróleo
Não há quem abra um jornal ou ligue a televisão e não ouça a expressão "pré-sal". Associada à Petrobrás e naturalmente ao petróleo, a expressão "pré-sal" passou a tomar conta dos noticiários depois que a estatal confirmou a existência de gigantescos campos petrolíferos armazenados na camada "pré-sal", no fundo do mar.
![]() A euforia não é para menos. Especialistas estimam que as reservas encontradas apenas no campo de Tupy, na costa de São Paulo, podem ultrapassar 100 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Considerando que a Petrobrás já detectou indícios de petróleo na camada "pré-sal" desde Santa Catarina até o Espírito Santo, a euforia não é pra menos. Atualmente as reservas brasileiras não passam de 14 bilhões.
A temperatura onde se localiza a pré-sal é elevada, podendo atingir entre 80ºC e 100ºC. Aliada à alta pressão, as rochas se alteram e adquirem propriedades elásticas, ficando muito moles, o que dificulta a perfuração do poço. "A tendência é que ele se feche. Se você não conseguir revesti-lo rapidamente, ele se fecha e você perde o poço", explica o professor Ricardo Cabral de Azevedo, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
![]() Além de resistentes, os tubos precisam ser leves já que são deslocados pelo navio ou plataforma. Outro problema a ser vencido é a corrosão provocada pelo dióxido de enxofre, hoje um dos maiores obstáculos técnicos para a exploração dos novos campos Segundo Celso Morooka, especialista em engenharia de materiais da Universidade Estadual de Campinas, a extração de petróleo dessa camada é um dos maiores desafios tecnológicos já enfrentados pelo Brasil e compara a operação com a exploração espacial. "Para chegar à Lua foi preciso vencer apenas uma atmosfera, mas para atingir a pré-sal será preciso vencer 100”, referindo-se à extrema de pressão que os equipamentos serão submetidos.
Ao mesmo tempo em que perfura a rocha, informações vitais de telemetria são enviadas através de um cabo de dados, chamado de cordão umbilical. Artes: No topo, plataforma P-52 fundeada no campo do Roncador, na Bacia de Campos, RJ. Crédito: Petrobrás. Na seqüência, corte transversal mostra as diversas camadas abaixo do leito submarino, com destaque para a camada pré-sal. Crédito: Apolo11. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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