Segunda-feira, 8 ago 2011 - 07h19
No dia 27 de julho de 2011, a comunidade astronômica internacional passou a contar com mais um aliado no estudo dos sinais vindos do espaço profundo. Trata-se da nova antena a integrar o projeto ALMA, elevando para 16 o número de parabólicas que já estão em operação no planalto do Chajnantor, no Chile.
Clique para ver a animação Construída pelo Consórcio Europeu AEM a pedido do Observatório Austral Europeu, ESO, a nova antena tem 12 metros de diâmetro e está equipada com detectores extremamente sensíveis, arrefecidos por hélio líquido. Esta é a primeira antena europeia a fazer parte do arranjo ALMA, instalado a 5 mil metros de altitude, nos Andes Chilenos. “É fantástico ver a primeira antena ALMA europeia chegar ao Chajnantor. É a partir deste planalto inóspito que estas obras-primas da tecnologia serão utilizadas para estudar o cosmos”, disse Stefano Stanghelliti, diretor do projeto ALMA junto ao ESO.
ALMA significa "Grande Arranjo Milimétrico e Sub-milimétrico do Atacama" (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) e consiste em um conjunto de antenas capazes de captar ondas eletromagnéticas no espectro milimétrico e submilimétrico emitidos por planetas, galáxias e estrelas. O Alma ainda está em construção e quando estiver totalmente operacional contará com 66 antenas que terão seus sinais combinados para formar imagens de altíssima resolução, similar às que seriam obtidas por uma única antena gigante de 16 quilômetros de diâmetro. As primeiras observações científicas do ALMA estão previstas para acontecer ainda este ano e usarão as 16 antenas que já estão conectadas. De acordo com os cientistas da ESO, mesmo com 16 parabólicas o arranjo já é maior que todos os outros telescópios deste tipo. Até o momento, astrônomos de todo o mundo submeteram quase 1000 propostas para as observações científicas iniciais, projetando cerca de nove vezes o número de observações que se espera para esta primeira fase, o que demonstra o entusiasmo dos investigadores pelo ALMA, mesmo nesta fase inicial. Em 2009 as duas primeiras antenas do radiotelescópio foram interconectadas, sincronizando observações experimentais do planeta Marte com precisão de 1 trilionésimo de segundo. Quando a construção do ALMA estiver concluída em 2013 será possível a observação da radiação milimétrica e submilimétrica vinda do espaço profundo e ajudará os astrônomos a estudar a origem dos planetas, estrelas e galáxias, além de ampliar a pesquisa sobre o gás molecular e a poeira fria na Via Láctea, assim como a radiação residual do Big Bang.
Cada par de antenas constitui o bloco básico do sistema imageador, que permitirá ao arranjo gerar imagens de alta resolução, próximas ou superiores a dos telescópios óticos. Cada antena é separada por muitos quilômetros uma das outras e conectadas eletronicamente entre si formando diversos pares, cada um deles contribuindo com informações únicas. Em seguida, os sinais serão novamente combinados e formarão uma única imagem altamente detalhada do objeto sob estudo. Quando finalizado, as 66 antenas formarão milhares de pares individuais, equivalente a uma gigantesca antena de 16 quilômetros de diâmetro. Isso permitirá ao ALMA ver objetos celestes com nitidez muitas vezes superior aos melhores telescópios espaciais, além de complementar as observações que atualmente são feitas com interferômetros óticos, como o VLTI, também instalado no Chile.
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