Quinta-feira, 12 jan 2012 - 10h25
Cientistas perfuram Antártida em busca da água mais pura e antiga
Invisível a olho nu, o lago Vostok abriga um ecossistema único, repleto de oxigênio com níveis 50 vezes superiores aos de água doce comum. Para estuda-lo, pesquisadores estão perfurando o gelo antártico em uma exploração fundamental para o estudo da mudança climática na Terra.
![]() A expedição russa chegou ao continente gelado em 28 de novembro de 2010 e levou mais de um mês somente para preparar os equipamentos e analisar as mudanças observadas no gelo. "Já estamos a 3736 metros de profundidade e devem faltar entre 10 e 50 metros para chegar ao lago", disse Valery Lukin, subdiretor do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas da Rússia, com sede em São Petersburgo. Segundo o cientista, o método empregado para calcular a profundidade se baseia na análise sísmica e na radiolocalização, com margem de erro estimada em 20 metros.
Embora a profundidade exata seja desconhecida, Lukin acredita que a superfície do Vostok seja alcançada nas próximas semanas. No ano passado, o perfurador superou 70 metros de gelo grosso em menos de um mês, mas os trabalhos tiveram que ser suspensos em novembro, quando o aumento da pressão e a diminuição das temperaturas obrigaram a paralisação das máquinas. Para os pesquisadores russos, os resultados da exploração do lago Vostok serão fundamentais para o estudo da mudança climática na Terra durante os próximos séculos. Segundo as pesquisas, o local é único e abriga um ecossistema que está repleto de oxigênio com níveis 50 vezes superiores aos de água doce. "A água do Vostok é provavelmente a mais pura e antiga do planeta", disse Lukin. “Não temos provas concretas, mas dados indicam que a superfície é estéril, embora nas áreas mais profundas possa haver formas de vida adequadas às condições extremas, como os termófilos e extremófilos”.
Sua superfície é de 15690 km quadrados, equivalente ao lago Baikal, localizado na Sibéria e considerado o maior reservatório de água doce do mundo. Graças ao seu peculiar enquadramento geográfico, o lago permaneceu desconhecido por muito tempo e só foi descoberto em 1957 por cientistas russos, mas apenas em 1996 se descobriu a sua verdadeira extensão. O lago permanece como uma das últimas zonas por explorar do planeta Terra e devido ao seu isolamento da atmosfera, presume-se que sua água esteja aprisionada há pelo menos 1 milhão de anos.
LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2023
"Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, nada serei" - 1 Coríntios 13,1 -