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Terça-feira, 3 fev 2009 - 10h06

Conheça as partes que compõe o cometa C/2007 N3 Lulin

Apesar de ainda não estar visível à vista desarmada, as observações do cometa C/2007 N3 Lulin através de pequenos telescópios já podem revelar interessantes aspectos da formação do astro, assim como sua composição química. Se você está ansioso para ver o cometa, que se torna mais brilhante a cada dia, este artigo pode tirar algumas dúvidas que certamente surgirão durante as observações.

Núcleo
Visto através de uma luneta ou telescópio, C/2007 N3 Lulin é uma bolinha difusa de cor esverdeada, com um ponto mais claro e brilhante no seu interior, chamado de núcleo. Ainda não se conhece as dimensões exatas do núcleo de C/2007 N3 Lulin, mas estima-se que tenha algo em torno de 5 e 35 quilômetros de diâmetro.

Da mesma forma que em outros cometas, seu núcleo é formado por "pedras de gelo sujo", composto principalmente de CO2 (dióxido de carbono ou gelo seco).

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Coma
Quando esta pedra de gelo sujo se aproxima do Sol a temperatura em sua superfície aumenta. Se atingir 52 graus negativos o volátil CO2 se transforma em gás, dotando o cometa de uma extensa cabeleira que dá ao astro sua aparência característica. Essa cabeleira é chamada de "coma" e no caso de C/2007 N3 Lulin tem aproximadamente 500 mil quilômetros de diâmetro, três vezes maior que o planeta Júpiter.

O tom esverdeado da coma de Lulin é de devido à presença abundante de Cianogênio CN e carbono biatômico, C2, que quando submetidos à luz solar emitem luz verde no comprimento de onda ao redor de 550 nanômetros.

Ao redor da coma existe uma nuvem invisível chamada envelope de hidrogênio, mas que só pode ser observada no espectro ultravioleta. Como a atmosfera da Terra bloqueia grande parte desse comprimento de onda, esse envelope só pode ser visto de fora da Terra através de satélites e telescópios espaciais.


Caudas e Trilhas
Na imagem acima podemos ver claramente duas caudas ou trilhas, uma de cada lado do cometa C/2007 N3 Lulin. A trilha da esquerda é chamada de cauda de poeira e a trilha da direita, cauda de íons ou de plasma.

A cauda de íons é formada por moléculas de gás eletricamente carregadas que são afastadas do núcleo pela ação do vento solar. Por ser eletricamente ativa, algumas vezes essa cauda surge e desaparece, coincidindo com o momento que o cometa cruza a região onde o campo magnético solar se inverte.

A cauda de poeira de qualquer cometa sempre aponta para o lado contrário ao Sol e não é diferente no caso de C/2007 N3 Lulin. Ela é formada por micropartículas de poeira (a o redor de 1 micron de diâmetro) que evaporaram do núcleo e são empurradas para longe do cometa. Essa é a cauda mais fácil de ser observada pois reflete a luz solar. Uma observação mais atenta mostra que a cauda de um cometa é curvada, uma vez que o objeto se move dentro de uma órbita.


Vendo o cometa
Atualmente (03 fev) o cometa se encontra no interior da constelação de Libra e no dia 06 de fevereiro entrará em conjunção com a estrela Zubenelgenubi, o que facilitará bastante sua localização, mesmo por quem não conheça bem o céu. Neste dia a distância do cometa terá diminuído para 116 milhões de quilômetros.

A carta celeste mostrada acima retrata a posição do cometa e das estrelas às 02h30 da madrugada e tem validade até o dia 6 de fevereiro. O gráfico mostra claramente que no dia 6 de fevereiro o cometa estará colado à brilhante Zubenelgenubi, facilitando bastante sua localização.


Foto: no topo, as parte do cometa C/2007 N3 Lulin pode ser facilmente identificadas. A foto é de autoria do astrônomo italiano Rolando Ligustri. Acima, carta celeste mostra a posição do cometa (bolinha azul) até o dia 6 de fevereiro. Crédito: Apolo11.

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"As composições de Bach são desprovidas de beleza, harmonia e claridade melódica" - Johann Adolf Scheibre - crítico musical em 1773 -