Quinta-feira, 22 nov 2018 - 10h45
Por Rogério Leite
Ao que tudo indica, a enorme feição parece ser o resultado do impacto de um meteorito de ferro que atingiu a ilha a 20 km por segundo. Segundo os pesquisadores, o choque liberou energia equivalente a 47 milhões de bombas atômicas.
Ilustração mostra a cratera preenchida de gelo, encontrada abaixo da geleira Hiawatha, no noroeste da Groenlândia. Crédito: Nasa/Cryospheric Sciences Lab/Natural History Museum of Denmark. A descoberta da cratera foi feita por uma equipe internacional, formada por cientistas do Instituto Alfred Wegener, na Alemanha e pesquisadores do Museu de História Natural da Dinamarca. As primeiras suspeitas vieram em 2015, após estudos de imagens de radar do leito rochoso localizado 800 metros embaixo da geleira Hiawatha, no noroeste da Groenlândia. Nessas imagens, os cientistas observaram uma enorme depressão em forma de dente.
Em maio de 2016, os estudiosos fizeram um sobrevoo mais rigoroso da região e usaram radar para mapear a rocha subjacente, com detalhes incomparáveis. O estudo mostrou uma depressão com 30 km de diâmetro e 300 metros de profundidade, com todas as características de uma cratera de impacto. "Ficou muito claro que esta era uma feição circular com um aro ao redor, dotada de uma região central elevada, típica de um impacto", disse Kurt Kjaer, ligado à Universidade de Copenhague.
Segundo Joseph MacGregor, cientista do Goddard Space Flight Center, da Nasa, e que participa dos estudos, para produzir uma cratera com essas características o meteorito deveria pesar milhões de toneladas. Pesquisador Kurt Kjaer coletando amostras de areia na geleira Hiawatha. Crédito: Svend Funder/Centre for GeoGenetics/Natural History Museum.
Até agora, foi impossível estabelecer com certeza a idade absoluta da cratera, mas suas condições sugerem que ela se formou depois que o gelo começou a cobrir a Groenlândia, cerca de 3 milhões de anos atrás. Entretanto, a cratera pode ter se formado muito mais recentemente, já que imagens de radar mostram que, enquanto as camadas superficiais da geleira imediatamente acima da cratera parecem normais, as camadas mais profundas, com mais de 12 mil anos, são gravemente deformadas e cheias de rochas, com alguns pedaços maiores do que caminhões
"Vivemos em um planeta onde você pode pesquisar qualquer coisa e acha que sabe tudo", disse Kjær. "Mas quando você vê uma coisa tão grande como esta se escondendo à vista de todos, você percebe que a era das descobertas ainda não acabou". LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2024
"As composições de Bach são desprovidas de beleza, harmonia e claridade melódica" - Johann Adolf Scheibre - crítico musical em 1773 -