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Segunda-feira, 24 jan 2022 - 10h27
Por Rogério Leite

Enxame sísmico em Divinópolis: O que está acontecendo em Minas Gerais?

Desde o dia 10 de janeiro, a região de Divinópolis, em MG, vem registrando uma série de abalos sísmicos de baixa intensidade. A localidade tem longo histórico de sismos que já ocorreram no passado e os atuais podem não estar relacionados às atividades de pedreiras ou com enchimento rápido de reservatórios.

Sismos e Geologia em Minas Gerais. A estrela vermelha é o epicentro dos tremores de Divinópolis em janeiro de 2022. O quadrado azul é a cidade de Belo Horizonte. Linhas marrons e verdes são lineamentos e falhas geológicas (fonte CPRM).<BR>
Sismos e Geologia em Minas Gerais. A estrela vermelha é o epicentro dos tremores de Divinópolis em janeiro de 2022. O quadrado azul é a cidade de Belo Horizonte. Linhas marrons e verdes são lineamentos e falhas geológicas (fonte CPRM).

O enxame sísmico que ocorre em Divinópolis, MG, repete o padrão de outros enxames que ocorrem normalmente em outras áreas do território brasileiro, caracterizados pelo deslizamento ou desmoronamento repentino em falhas geológicas. Essa dinâmica é provocada pelo acúmulo das tensões na crosta terrestre local devido às forças tectônicas que movimentam a placa Sul-Americana.

Segundo boletim sísmico publicado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, a análise dos sismogramas indica que todos os eventos estão ocorrendo numa única fratura da crosta superior, com poucas centenas de metros.

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Enxame sísmico
Entre 10 e 20 de Janeiro de 2022, cerca de 32 tremores foram observados em Divinópolis. O maior deles, em 10 de janeiro, atingiu 3.0 magnitudes e foi o precursor da série histórica em andamento.

Segundo relatos e dados sismográficos, a maior parte dos epicentros está próxima ao bairro Candidés.

Barragens Locais
Desde que os tremores tiveram início, diversos relatos de moradores atribuem os eventos ao rápido enchimento dos reservatórios, em especial ao reservatório de Gafanhoto.

No entanto, embora alguns reservatórios possam de fato induzir tremores de terra, isso só acontece em reservatórios com profundidade maior que 30 ou 50 metros. De acordo com Centro de Sismologia da USP, o caso do reservatório Cajuru, com 20 metros, é uma exceção a nível mundial.

Segundo o Centro de Sismologia, os epicentros dos tremores induzidos por reservatórios normalmente se localizam dentro dos lagos ou nas suas margens.

A barragem de Gafanhoto está a 2,5 quilômetros de um dos epicentros, ou seja, bem fora da área de influência do reservatório. Dessa forma, a possibilidade dos tremores de Divinópolis terem alguma relação com a barragem é extremamente baixa e pode ser descartada.

Mais improvável ainda seria alguma relação com o reservatório de Cajuru, já que está muito mais distante de qualquer um dos epicentros.


Pedreiras
Outra possibilidade levantada pela população local é a de que os sismos em Divinópolis podem estar sendo causados pela exploração de pedreiras. No entanto, esse tipo de atividade raramente causa tremores de terra e os poucos casos conhecidos são de extração de enormes quantidades de rocha, com cavas de mais de 100 metros de profundidade.

Os tremores de Divinópolis estão longe das pedreiras Dibrita, localizada a 2.2 quilômetros dos epicentros e MBL, a 3.4 quilômetros, o que teoricamente descarta a possibilidade de efeito das pedreiras mencionadas.

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