Sexta-feira, 23 ago 2013 - 08h11
Por Rogério Leite
Forte tempestade solar deve atingir a Terra a partir de sábado
Uma grande quantidade de partículas carregadas provenientes do Sol deve atingir a magnetosfera da Terra neste final de semana e provocar blecautes de radiopropagação e auroras polares em regiões de latitudes elevadas.
A causa dessa tempestade é o rompimento de um filamento de plasma ocorrido na terça-feira no hemisfério sul da estrela. O evento liberou uma grande quantidade de partículas carregadas que se desloca 1.55 milhões de km/h. De acordo com o modelo de propagação de ejeção de massa coronal, CME, a frente principal dessa onda chegará à Terra a partir das primeiras horas de sábado, dia 24, e deverá provocar distúrbios geomagnéticos durante todo o dia.
Ejeções de massa coronal são enormes bolhas de gás ionizado com mais 10 bilhões de toneladas, lançadas ao espaço a velocidades que superam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora. Quando atingem cerca de 60 mil km de altitude, as partículas carregadas são desviadas pela magnetosfera terrestre em direção aos polos. Na atmosfera superior dessas regiões elas se chocam com os átomos de oxigênio e nitrogênio e produzem radiação nos comprimentos de onda verde e vermelho respectivamente. Essas emissões são conhecidas como auroras polares e ocorrem entre 60 km e 150 km de altitude.
![]() Apesar de as tempestades solares ou geomagnéticas não oferecerem riscos à saúde, a indução de correntes elétricas de forma indesejada pode produzir diversos efeitos nocivos em sistemas de distribuição de energia elétrica, navegação por satélite e nas comunicações intercontinentais por ondas curtas. Além disso, devido a mudanças na densidade da atmosfera superior, os satélites de orbita baixa podem precisar de reorientação. A tabela acima mostra os efeitos práticos que podem ocorrer caso os índices KP atinjam os valores mencionados.
A tempestade geomagnética mais intensa que se tem registro ocorreu entre agosto e setembro de 1859. A forte tormenta foi testemunhada pelo astrônomo britânico Richard Carrington, que observou o fenômeno através da projeção da imagem do sol em uma tela branca. Em sua homenagem, a tempestade foi denominada Evento Carrington. ![]() Na ocasião, a anomalia geomagnética foi tão intensa que disparou uma série de explosões nas linhas telegráficas que eletrocutaram técnicos e incendiou os papéis das mensagens em código Morse. Testemunhas afirmam que auroras boreais foram vistas até nas latitudes médias ao sul de Cuba e Havaí. Há relatos de auroras tão brilhantes que os camponeses pensavam que o dia estava amanhecendo. Estima-se que o Evento Carrington foi 50% mais intenso que a supertempestade geomagnética de maio de 1921.
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