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Segunda-feira, 23 ago 2021 - 08h34
Por Rogério Leite

Incêndios causam fuligem e tingem o céu, Sol e Lua de vermelho em São Paulo

Dois incêndios em parques florestais de São Paulo provocaram o escurecimento do céu e tingiram o Sol e a Lua de vermelho neste domingo (22). As chamas no Parque Estadual do Juquery criou uma espessa camada de fuligem, que após viajar por 26 km na atmosfera precipitou sobre diversos vários bairros da capital e também no interior do Estado.

Durante a tarde de domingo (22 agosto 2021) o Sol se tornou atipicamente amarelado, escondido por uma camada de neblina criada por material particulado proveniente do incêndio no Parque Estadual do Juquery, na cidade de Franco da Rocha.
Durante a tarde de domingo (22 agosto 2021) o Sol se tornou atipicamente amarelado, escondido por uma camada de neblina criada por material particulado proveniente do incêndio no Parque Estadual do Juquery, na cidade de Franco da Rocha.

O primeiro incêndio ocorreu na tarde de sábado, 25, em área de mata no Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, na região da reserva Indígena Tekoa Itakupe. Embora o Corpo de Bombeiros tenha conseguido controlar as chamas, no início da noite novos focos foram detectados e continuavam ativos ainda na manhã de domingo.

Não há informações sobre o que poderia ter iniciado as chamas, mas a baixa umidade do ar, de cerca de 25% com certeza contribuiu para o espalhamento das chamas.

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O segundo incêndio teve início por volta do meio-dia de domingo, no Parque Estadual do Juquery, na cidade de Franco da Rocha e foi o responsável pela grande quantidade de fuligem que caiu sobre a capital paulista durante a tarde. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas tiveram início após a queda um balão. A prefeitura de Franco da Rocha informou que mais de metade da reserva de mata foi devastada.

Camada de poluição atípica para o mês de agosto revela grande quantidade de material particulado sobre o horizonte leste de São Paulo, antes do nascer do Sol de segunda-feira, 23 de agosto de 2021.<BR>
Camada de poluição atípica para o mês de agosto revela grande quantidade de material particulado sobre o horizonte leste de São Paulo, antes do nascer do Sol de segunda-feira, 23 de agosto de 2021.


Chuva de Cinzas
Moradores de vários bairros da capital como Vila Mariana, Aclimação, Ipiranga, Santa Cecília, Tucuruvi, Bom Retiro, Jardim São Paulo, além da população de Santo André e São Bernardo do Campo relataram pelas redes sociais a presença de fuligem no ar, nas ruas e nos quintais durante todo o dia.

Esse material teve origem há 26 km de distância, no incêndio do Parque Estadual do Juquery e durante algumas horas foi possível observar o material particulado pairando no céu ou sendo transportado na atmosfera. Na manhã de segunda-feira (23) ainda era possível ver restos de fuligem depositados sobre os carros ou quintais.

Nascer da Lua na noite de 22 de agosto de 2021 revela grande grande quantidade de material particulado na atmosfera.
Nascer da Lua na noite de 22 de agosto de 2021 revela grande grande quantidade de material particulado na atmosfera.


Lua, Sol e Céu vermelhos
A presença de material particulado na atmosfera, proveniente desses dois incêndios também mudou a cor do céu na capital e interior paulista. O céu se tornou vermelho no meio da tarde, enquanto Sol, também alaranjado, parecia encoberto por uma camada de poluição atípica.


À noite, a Lua que deveria nascer alaranjada devido ao horário próximo ao por do Sol, nasceu extremamente avermelhada e se manteve assim por cerca de três horas. Mesmo durante a madrugada e até o poente, se manteve atipicamente avermelhada.


Diagrama mostra como a cor da Lua pode variar devido à presença da atmosfera.
Diagrama mostra como a cor da Lua pode variar devido à presença da atmosfera.

Cor da Lua
Normalmente, sem que haja qualquer coisa estranha acontecendo, o tom alaranjado da Lua ao nascer é consequência direta da absorção atmosférica dos comprimentos de onda entre verde e azul.

Quando nasce imediatamente após o por do Sol, os astros estão tão próximos ao horizonte que a luz refletida pela Lua precisa atravessar uma espessa camada de ar antes de chegar aos nossos olhos. Como essa camada da atmosfera absorve quase que totalmente os comprimentos de onda verde e azul, a luz refletida se torna avermelhada. Entretanto, à medida em que a Lua se eleva, a camada de material na atmosfera tende a ser mais tênue e deixa de exercer influência na absorção das cores, o que faz a Lua clara novamente.

No entanto, quando a camada de atmosfera contem materiais particulados não muito comuns, a absorção de parte do espectro luminoso pode ocorrer até mesmo com a Lua bem mais alta. Isso acontece, por exemplo, quando vulcões entram em erupção e espalham cinzas e material sulfúrico no ar, ou então devido à presença de fumaça de monóxido de carbono emitido por queimadas.

Em 1883, por exemplo, quando o vulcão Krakatoa, na Indonésia, entrou em erupção, os gases na atmosfera fizeram com que a lua aparentasse coloração azulada. O Monte Pinatubo, quando explodiu em 1991, tornou a Lua avermelhada por meses seguidos.

Em São Paulo, o efeito visual tem sido fortemente amplificado devido aos incêndios florestais que consomem áreas de cerrado e Mata Atlântica.

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