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Quarta-feira, 29 set 2021 - 10h26
Por Rogério Leite

Meteoro pode ter destruído cidade Bíblica de Sodoma, afirmam cientistas

Há cerca de 3600 anos, habitantes de uma antiga cidade agora chamada Tall el-Hammam não tinham ideia de que uma rocha espacial avançava implacavelmente em sua direção a mais de 60 mil km/h. O impacto foi fulminante e descarregou mais energia que mil bombas de Hiroshima juntas, fulminando a população.

Concepção artística mostra um possível cenário da explosão do meteoro sobre a cidade de Tall el-Hammam, antiga Sodoma. Crédito: Allen West and Jennifer Rice.<BR>
Concepção artística mostra um possível cenário da explosão do meteoro sobre a cidade de Tall el-Hammam, antiga Sodoma. Crédito: Allen West and Jennifer Rice.

A cidade, antigamente chamada Sodoma, é descrita na Bíblia e foi uma das que teriam sido destruídas por Deus com fogo e enxofre, vindos do céu.

Estudos recentes encontraram fortes evidências de que Sodoma foi na realidade atingida por um meteoro que explodiu a cerca de 4 quilômetros acima do solo, formando uma gigantesca bola de fogo que cegou instantaneamente aqueles que a olharam. A temperatura do ar atingiu 2 mil graus Celsius), incendiando instantaneamente as roupas dos moradores e o madeiramentos das casas. Espadas, lanças, tijolos de barro e cerâmica começaram a derreter e em poucos minutos a cidade inteira estava em chamas.

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Cerca de um minuto depois do impacto, 22 km a oeste de Tall el-Hammam, os ventos da explosão atingiram também a cidade de Jericó. Suas muralhas desabaram e a cidade inteira foi destruída pelo fogo.

Nenhuma das 8.000 pessoas ou quaisquer animais dentro das cidades sobreviveu.


Estudo
A análise do evento de Sodoma exigiu quase 15 anos de escavações meticulosas e envolveu análises detalhadas de material escavado por mais de duas dúzias de cientistas dos EUA, Canadá e República Tcheca. O trabalho foi publicado por 21 coautores, entre eles
arqueólogos, geólogos, geoquímicos, geomorfologistas, mineralogistas, paleobotânicos, sedimentologistas, especialistas em impacto cósmico e médicos.

Os estudos tiveram início quando os arqueólogos examinaram as escavações das ruínas em de Tall el-Hammam e se depararam com uma escura e embaralhada camada de carvão, cinzas, tijolos derretidos e cerâmica derretida, com cerca de 1,5 m de espessura. Segundo os pesquisadores, era óbvio que uma tempestade de fogo intensa havia destruído esta cidade há muito tempo. Os cientistas batizaram essa faixa de carvão como "camada de destruição".

Pesquisadores trabalham próximo às ruínas das antigas muralhas da cidade de Tall el-Hammam ruínas, com as camadas de destruição ligeiramente abaixo de cada muralha exposta. Crédito: Phil Silvia.<BR>
Pesquisadores trabalham próximo às ruínas das antigas muralhas da cidade de Tall el-Hammam ruínas, com as camadas de destruição ligeiramente abaixo de cada muralha exposta. Crédito: Phil Silvia.

Até então, ninguém tinha certeza do que havia acontecido, mas era certo que a camada não fora causada por um vulcão, terremoto ou guerra, uma vez que nenhum desses eventos é capaz de derreter metal, tijolos de barro e cerâmica.

Para descobrir o que poderia ter acontecido, a equipe de pesquisadores, entre eles Christopher R. Moore, ligado à Universidade da Califórnia, fez diversas simulações de impacto com diversos cenários diferentes e puderam concluir que somente o impacto de um asteroide poderia ter produzido o efeito observado na antiga Tall el-Hammam.

Segundo o paper, o asteroide que destruiu Sodoma era semelhante ao que derrubou 80 milhões de árvores em Tunguska, Rússia, em 1908.


Evidências Robustas
A pesquisa revelou uma ampla gama de evidências.

No local do possível impacto existem grãos de areia finamente fraturados chamados quartzo chocado que só se formam sob pressão de a 725 mil libras por polegada quadrada, o equivalente a 5 gigapascais. Para se ter uma ideia dessa pressão, imagine seis tanques militares do tipo Abrams, que pesam 68 toneladas cada um, empilhados em seu polegar.

Além disso, a camada de destruição também contém minúsculos diamonóides que, como o nome indica, são duros como diamantes. Cada um desses diamanóides é menor do que um vírus da gripe, originados da madeira e plantas da área que foram instantaneamente transformadas neste material que se forma somente sob pressão e temperatura extrema.

Experimentos com fornos de laboratório mostraram que a cerâmica borbulhada e os tijolos de barro encontrados em Tall el-Hammam se liquefaziam em temperaturas acima de 1500ºC, temperatura alta o suficiente para derreter um automóvel em minutos.

Segundo os autores do estudo, a camada de destruição também contém pequenas bolas de material derretido, menores do que partículas de poeira no ar. Chamadas de esférulas, elas são feitas de ferro vaporizado e areia que derreteu a cerca de 1590ºC.

Além disso, as superfícies da cerâmica e do vidro derretido são salpicadas de minúsculos grãos metálicos derretidos, incluindo irídio, cujo ponto de fusão é de 2466º C), platina que derrete a 1768ºC e silicato de zircônio, que se funde a 1540ºC.

Juntas, todas essas evidências mostram que a temperatura na antiga Tall el-Hammam aumentou muito mais que do que a lava de vulcões ou incêndios urbanos normais, sendo que o único processo capaz de gerar tanta energia é um impacto cósmico.

A mesma evidência é encontrada em locais de impacto conhecidos, como Tunguska e a cratera Chicxulub, criada pelo asteroide que desencadeou a suposta extinção dos dinossauros.

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