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Segunda-feira, 11 mar 2013 - 10h45

Meteoróides atingem a Lua e cientistas estudam o impacto da Terra

Há não muito tempo, qualquer um que afirmasse ter visto flashes luminosos na superfície da Lua seria considerado pelos astrônomos profissionais como um ser verdadeiramente lunático. Alguns até colocavam a letra "L" ao lado da ocorrência, indicando que o sujeito que fez a afirmação era de fato, "lunático" e que o informe não deveria ser levado a sério.

Impacto

Mas esses tempos ficaram para trás. Nos últimos anos os astrônomos da Nasa também têm observado e estudado esses flashes lunares. E já catalogaram tantas ocorrências que até perderam a conta.


Meteoroides
"Esses flashes são explosões causadas pelo impacto de meteoroides que atingem a Lua", explicou o cientista Bill Cooke, diretor do MEO, um departamento do Centro Espacial Marshall, da Nasa, que estuda o impacto de meteoroides. Segundo Cooke, um impacto típico tem a mesma potência de algumas centenas de quilos de dinamite e pode ser fotografado com certa facilidade por meio de telescópios.

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Um exemplo desse impacto pode ser visto na animação acima, quando um meteoroide atingiu a região da cratera Gauss em janeiro de 2008. Neste exemplo, o impactador era um pequeno fragmento do extinto cometa 2003 EH1.

Todos os anos, no mês de janeiro, o sistema Terra-Lua passa pela esteira de poeira deixada pelo cometa produzindo a chuva de meteoros Quadrantídeas. Aqui na Terra os fragmentos produzem flashes de luz ao se desintegram na atmosfera. No entanto, na Lua, onde não há atmosfera, os objetos se chocam contra a superfície e explodem.

"Iniciamos nosso programa de monitoramento em 2005, logo após a Nasa anunciar os planos para retornar à Lua", disse Rob Suggs, também do Centro Espacial Marshall. "Se nossos astronautas forem passear por lá é importante estudar como nosso satélite é atingido por essas pedras", disse Sugs.


Primeira vez
O primeiro impacto lunar registrado pelo MEO (Meteoroid Environment Office) aconteceu no dia 7 de novembro de 2005, quando um fragmento do tamanho de uma bola de basquete atingiu as proximidades de Mare Imbrium. O resultado foi um flash de magnitude 7, muito fraco para ser visto à vista desarmada, mas facilmente percebido com o telescópio de 10 polegadas utilizado pela equipe. "Nunca vou esquecer esse dia", comenta Cooke.


Força do Impacto
Uma questão muito comum que surge quando se fala de impactos lunares é "como algo pode explodir na Lua se lá não tem oxigênio?".

É importante saber que essas explosões não requerem oxigênio para a combustão. Os fragmentos atingem a Lua com velocidade próxima a 50 mil quilômetros por hora e com extrema energia cinética. Nessa velocidade, até mesmo pedrinhas podem produzir crateras com muitos metros de diâmetro. A temperatura produzida pelo impacto aquece tanto as rochas e o solo lunar que os torna incandescente como lava derretida.

Durante uma chuva de meteoros como as Quadrantídeas ou Perseídeas, quando a Lua passa pela densa esteira de fragmentos, a quantidade de flashes pode ser bastante alta e chegar a mais de 1 impacto por hora. Os choques diminuem quando a Lua deixa a esteira, mas curiosamente os impactos nunca chegam a zero.

Mesmo quando não há chuva de meteoros em atividade, os flashes podem ser vistos. Esses impactos "fora de temporada" têm origem do vasto enxame de lixo espacial natural, vindos do interior do Sistema Solar. "São grãos de poeira de cometas e fragmentos de asteroides que apedrejam a Lua em pequenas quantidades, mas ultimamente em número significante", explica Cooke. A Terra também é atingida e mesmo quando não há chuva de meteoros é possível um ou outro objeto cruzando o céu.


Efeitos Secundários
Felizmente os futuros astronautas não correm riscos, já que a chance de um desses objetos cair diretamente sobre um deles é bastante remota. No entanto, quando as construções maiores começarem a serem feitas, será preciso levar em consideração as estatísticas e ter em mente que quanto maior forem as instalações, maiores serão as possibilidades de impacto.

No entanto, o que preocupação atualmente os projetistas são os efeitos secundários dos impactos. Quando um meteoroide atinge a Lua, uma grande quantidade de material é arremessada para todos os lados. Um único meteoroide produz um spray de milhares de partículas secundárias, que se deslocam em velocidades surpreendentes. Isso pode ser um grave problema, pois se o risco de choque direto é baixo, as chances de um impacto secundário são significativamente maiores. De acordo com Cooke, partículas secundárias menores que 1 milímetro podem perfurar facilmente um traje espacial.


Simulando Meteoroides
Atualmente ninguém sabe precisar a qual a distância uma partícula secundária pode chegar. Para tentar resolver essa questão, Cooke, Suggs e seus colegas estão realizando disparos artificiais de meteoroides contra poeira lunar simulada e medindo os efeitos do spray. Para isso os cientistas estão utilizando um enorme canhão vertical que a Nasa mantém em Mountain View, Califórnia. Esse canhão é capaz de disparar pequenos grãos de Pyrex contra o solo simulado a uma velocidade de 7 quilômetros por segundo ou 25 mil quilômetros por hora.


Mais Equipamentos
Para os estudos no observatório a equipe substitui o telescópio original de 10 polegadas por um par de instrumentos, sendo um de 14 polegadas e outros de 20, ambos localizados no Centro Espacial Marshal, no Estado do Alabama. Para confrontar as observações e melhorar a qualidade dos dados, a equipe também construiu um novo observatório na Geórgia, dotado de um telescópio de 14 polegadas.

A Lua está constantemente sendo bombardeada pelos meteoroides e ver um ou outro flash não é mais uma questão de sorte, mas de observação atenta. Quem sabe você também não testemunha um deles?


Fotos: No topo, imagem mostra a simulação do impacto de uma partícula de Pyrex contra o solo da Lua, simulado pelo grande canhão vertical da Nasa. A incandescência é resultado do choque a 25 mil quilômetros por hora. Na sequencia vemos o choque real do meteoroide contra a superfície da Lua, ocorrido em 4 de janeiro de 2008. Para ver a animação clique sobre a foto. Acima, mapa mostra a grande quantidade de choques registrados desde 2005 pela equipe de Cooke. Créditos: Nasa/Centro Espacial Marshall, Apolo11.com.

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