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Quarta-feira, 15 jul 2020 - 09h50
Por Rogério Leite

Terra: até 2025 bateremos o recorde de CO2 emitido nos últimos 3 milhões de anos

Sempre que falamos no aumento da emissão de gás carbônico, o período de comparação é quase sempre ao da Revolução Industrial. No entanto, novas pesquisas revelam que se nada for feito, em cinco anos bateremos o nível estimado para o período do Plioceno, de mais de 420 ppm.

Microscópico zooplânctom fossilizado permitiu obter a composição atmosférica do ar entre 3.35 e 3.15 milhões de anos atrás. Crédito: Universidade de Southampton<BR>
Microscópico zooplânctom fossilizado permitiu obter a composição atmosférica do ar entre 3.35 e 3.15 milhões de anos atrás. Crédito: Universidade de Southampton

O alerta comparativo foi feito por pesquisadores da Universidade de Southampton, que estimaram a quantidade de dióxido de carbono presente durante a parte mais quente da época do Plioceno, entre 5 e 2 milhões de anos atrás. Naquela época, os mares eram muito mais altos e as calotas polares eram muito menores, com o planeta sendo 3 graus mais quente do que é hoje.

O estudo, publicado no Scientific Reports, estima que até o ano de 2025 a quantidade de CO2 na atmosfera será maior do que em qualquer outro momento nos últimos 3.3 milhões de anos.

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Para chegar a esta conclusão, a equipe estudou microscópicos zooplânctons fossilizados encontrados no fundo do Mar do Caribe, com o objetivo de determinar o CO2 atmosférico do Plioceno. A composição da concha desses fósseis depende do pH da água do mar, que por sua vez é influenciada pelo CO2 atmosférico.

O trabalho dos cientistas se concentrou em uma janela de tempo de 200 mil anos entre 3.35 e 3.15 milhões de anos atrás, com foco em 3.3 milhões de anos atrás, quando o clima se tornou lentamente mais quente até que a temperatura média global fosse muito mais alta do que é hoje. Ao fazer isso, os pesquisadores conseguiram produzir uma imagem de como os níveis de dióxido de carbono mudavam a cada 3 mil e 6 mil anos.


Recorde se Aproximando
"O conhecimento de CO2 durante o passado geológico é de grande interesse, porque nos diz como o sistema climático, as camadas de gelo e o nível do mar reagiram anteriormente aos altos níveis de CO2. Estudamos esse intervalo específico com detalhes sem precedentes, pois fornece grandes informações contextuais para nosso estado climático atual", explicou o líder do estudo, Elwyn de la Vega.

Segundo o estudo, durante a parte mais quente do período estudado os níveis de dióxido de carbono oscilaram entre 380 e 420 partes por milhão (ppm) de CO2 na atmosfera, ligeiramente maior que o valor de 417 ppm observado em maio de 2020, quando foi estabelecido o recorde desde o início dos registros modernos.

Devido a vários fatores, a emissão de CO2 muda constantemente, mas a tendência crescente está bem estabelecida. Na última década, o nível aumentou cerca de 2.4 ppm por ano. Mesmo assumindo um valor conservador para o nível atual, fica claro que em cinco anos excederá um nível nunca visto desde o período Plioceno.


Avanço do CO2
"Tendo ultrapassado os níveis de CO2 do Plioceno até 2025, é provável que não haja experiência futura com os níveis de CO2 na Terra nos últimos 15 milhões de anos, quando o nível de calor era ainda maior que o Plioceno.
Para De la Vega, não é apenas a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera que preocupa, mas a rapidez com que ele está sendo liberado, além dos efeitos combinados com outros gases de efeito estufa, como o metano, que também bate recordes de emissão ano após ano.

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