Segunda-feira, 4 set 2017 - 09h05
Por Rogério Leite
Teste nuclear norte-coreano foi registrado por estações no Brasil
O poderoso teste nuclear subterrâneo atingiu 6.3 magnitudes e foi detectado em diversas estações sismográficas brasileiras. A energia liberada no teste atômico foi cerca de 34 vezes maior que a última explosão, em setembro de 2016.
![]() Comparação entre os sismogramas dos testes nucleares feitos em setembro de 2016 e setembro de 2017. Observe que o evento de 2017 foi 10 vezes maior, o que significa 33 vezes mais energia liberada. A triangulação das ondas sísmicas geradas durante a explosão permitiu conhecer com muita precisão o local do evento: 22 km a leste-nordeste de Sungjibaegam, na Coréia do Norte, a menos de 1 km de profundidade. O evento ocorreu às 03h30 UTC (00h30 BRT) do dia 03 de setembro de 2017. No teste de 09 de setembro de 2016, a triangulação mostrou que a detonação ocorreu na mesma localidade, a 19 km do leste-nordeste de Sungjibaegam, no leste da Coréia do Norte. Na ocasião, o teste foi realizado às 21h30 BRT e foi calculado em 5.3 magnitudes. Em comparação ao teste de 2016, a bomba detonada pelos norte-coreanos foi 10 vezes mais poderosa e liberou 34 vezes mais energia, estimada em 42 mil toneladas de TNT. Isso equivale a duas vezes a energia liberada pela bomba que destruiu Hiroshima, em 1945.
As bombas de hidrogênio, ou Bomba-H, produzem detonações nucleares absurdamente maiores que as bombas de fissão e liberam sua energia através da fusão dos átomos de hidrogênio, exatamente como acontece no interior do Sol.
![]() Os gráficos acima mostram como as ondas sísmicas da explosão atômica foram registradas aqui no Brasil. Crédito: Rede Sismográfica Brasileira - RSBR. A diferença de tempo de chegada das ondas nos diversos instrumentos é o que permite determinar a localização e profundidade dos terremotos e detonações de grande magnitude.
Comparacao entre sismogramas de uma explosao nuclear e um terremoto Para ter uma ideia, uma explosão nuclear produz cerca de 70 assinaturas típicas, enquanto um terremoto gera mais de 200 sinais diferentes. Muitas vezes as nuances são tão débeis que somente o emprego de supercomputadores permite uma análise mais refinada. No entanto, algumas diferenças são bem marcantes, pois a forma como a energia é liberada também é diferente. Enquanto uma bomba libera toda a energia em apenas uma fração de segundo, um terremoto o faz de forma muito mais lenta, que pode variar entre 1 ou dezenas de segundos. Além disso, detonações ocorrem a poucos metros da superfície, enquanto terremotos acontecem a muitos quilômetros de profundidade. Diferentemente de um terremoto, uma explosão produz um distúrbio mecânico perfeitamente esférico que faz propagar as ondas do tipo P de forma extremamente eficiente. Os terremotos, ao contrário, excitam os movimentos transversos com muito mais facilidade, permitindo que as ondas do tipo S viajem com muito mais intensidade. Essas características primárias típicas fazem com que os registros sismográficos sejam diferentes. Enquanto os terremotos apresentam ondas "P" pequenas e ondas "S" muito maiores, as explosões revelam ondas "P" muito maiores que as ondas "S", como podemos ver no diagrama acima. Além disso, o tempo do tremor causado por uma explosão é muito menor que o de um terremoto típico. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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