Por Rogério Leite

Capítulo 14

Houston, a Águia Pousou!

Os próximos minutos são carregadas de tensão. No centro de controle, em Houston, os controladores checam cada parâmetro da espaçonave e comparam com os dados que seriam esperados. Uma série de alarmes são disparados no interior da cabine, o que coloca os controladores em estado de atenção, mas Armstrong e Aldrin seguem fielmente o plano de voo e disparam novamente os retrofoguetes, baixando ainda mais a altitude da cápsula, neste momento a apenas 10 mil metros do solo.

A Águia desce vertiginosamente e em menos de quatro minutos sua altitude é inferior a 1500 metros. Os retrofoguetes não param e reduzem a velocidade da nave a menos de 40 metros por segundo, mas os alarmes 1201 e 1202 não param de soar. Por um momento os controladores em Houston não sabem o que fazer e acreditam que os códigos são relativos à sobrecarga do pequeno computador da nave, inundado com dados vindos do altímetro-radar. Alertado pelo centro de controle, Armstrong desliga os alarmes e a Águia continua a descida, mas constata que passou mais de cinco quilômetros do ponto programado para o pouso.

A nave continua descendo, mas o erro por ter ultrapassado a posição de pouso custa praticamente todo o combustível. Aldrin reporta que restam apenas 5% de combustível no tanque e que a luz indicadora de nível se acendeu. De Houston o capcom Charles Duke informa aos astronautas que só restam 60 segundos para a condição "Bingo" e se nesse intervalo não conseguissem pousar a única opção seria abortar a missão.


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A nave desce ainda mais e pela primeira vez os astronautas comentam que os retrofoguetes estão levantando poeira do solo lunar. Aldrin confirma que a nave está a 18 metros de altitude e 38 km/h, mas o capcom Duke reporta que só restam 30 segundos de combustível. Em Houston os controladores prendem a respiração.


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Do interior do Módulo Lunar, Aldrin comunica que está a 10 metros, avançando e desviando um pouco para a direita. Restavam apenas 10 segundos de combustível e se não pousassem teriam que abortar. A tensão era máxima e a sombra da nave já era claramente visível sobre a superfície, mas as palavras de Aldrin não deixavam mais dúvidas: "Luzes de contato acesas... Ok... Motores desligados".

O silêncio tomou conta do centro de controle. As comunicações com Módulo Lunar foram subitamente interrompidas e centenas de engenheiros, técnicos e cientistas se entreolharam, mas 14 segundos depois a voz de Neil Armstrong, com o coração a 150 batimentos por segundo, ecoou pelo rádio: "Houston, aqui Base Tranquilidade. A Águia Pousou".

Completamente engasgado, o capcom Charles Duke confirmou: "Ok, entendido. Tem um monte de gente roxa por aqui, mas já estamos respirando de novo. Muito obrigado".


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Era como se todos voltassem à vida e uma saraivada de palmas foi ouvida no centro de controle, em Houston. No Brasil, os relógios marcavam 17:17 de domingo, 20 de julho de 1969.


Fotos: No topo, Gene Kranz nos instantes que antecederam o pouso do Módulo Lunar. No centro, o display do computador de bordo da Apollo 11 acima o momento em que os controladores comemoravam o pouso na superfície da Lua. Crédito: Nasa.



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